O Ministério Público (MP) pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que avalie a existência de irregularidade no gasto de R$ 48 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com uma auditoria destinada a abrir a "caixa-preta" da estatal. Conforme informações do G1, a solicitação partiu do subprocurador Lucas Furtado.
O banco divulgou em 10 de dezembro que o relatório não encontrou evidências diretas de corrupção, influência indevida sobre a instituição ou pressão por tratamento diferenciado na negociação, aprovação e/ou execução de oito operações entre o banco e as empresas JBS, Bertin e Eldorado — ocorridas entre os anos 2005 e 2018.
Na ocasião, o BNDES divulgou que entregou a íntegra da auditoria para a Procuradoria-Geral da República. O resumo do relatório foi disponibilizado no site do banco e tem oito páginas.
O presidente da instituição, Gustavo Montezano, já havia dito em reunião da comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, em agosto de 2019, que a instituição havia gasto até então R$ 45 milhões com a investigação sobre os contratos assinados pelo banco coma JBS em anos passados. O valor de R$ 48 milhões é atualizado.
A investigação foi iniciada em 2018, promovida pelo escritório Cleary Gottlieb Hamilton & Steen LLP, e buscava apurar evidências de suborno, corrupção ou influência indevida nas atividades do BNDES.
Quando assumiu o banco, em julho do ano passado, Montezano prometeu "explicar a 'caixa-preta' do BNDES para a população brasileira". Ele entrou no lugar de Joaquim Levy, que pediu demissão no mês anterior.
A abertura da caixa-preta foi uma das principais promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro na área da economia. O mandatário costuma apontar problemas em empréstimos do banco para países como Cuba e Venezuela.