Desde outubro de 2016, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começou a reduzir gradativamente a Selic. Desde então, a taxa básica de juros da economia brasileira passou de 14,25% ao ano para os 4,5% anunciados nesta quarta-feira (11). A fraca demanda, decorrente da recessão entre 2015 e 2016, e a consequente redução da inflação são alguns dos fatores internos que influenciaram o movimento, segundo economistas.
Na avaliação do economista-chefe da Vokin Investimentos, Igor Morais, além dos elementos internos, o contexto internacional também pesou na adoção da política de corte de juros no Brasil nos últimos anos. Isso porque desde a crise do subprime nos Estados Unidos, em 2008, os bancos centrais de diversos países passaram a reduzir os juros.
— Esse movimento de queda dos juros no Brasil está alinhado com o cenário internacional. Países da zona do Euro e Japão estão com juros negativos. Se olharmos para países do leste europeu, México e Chile, por exemplo, o juro real (descontado a inflação) está próximo de zero — lembra.
Morais ainda ressalta que a inflação controlada nos últimos anos, motivada pela fraca atividade econômica e a lenta retomada do crescimento, permitiu que o Brasil levasse à taxa Selic ao menor patamar histórico. No entanto, com os sinais de expansão mais consistente em 2020, o economista acredita que os 4,5% podem ser o piso do indicador nos próximos anos.
— A atividade econômica está voltando a se acelerar. Quando se há demanda, é natural imaginar que os preços sofrerão pressão para cima e isso se reflete no juro básico — justifica.