O jato executivo mais vendido do mundo, o Embraer EMB-505, modelo Phenom 300, terá de passar por recall devido ao desgaste de peças de balanceamento dessas aeronaves.
O aviso sobre o problema foi divulgado pela empresa em 30 de outubro, de acordo com informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que emitiu na última quarta-feira (13) documento proibindo o voo dos jatos que apresentarem tal desgaste.
"A decisão determina que, nos casos em que são encontrados desgastes nas peças indicadas, a aeronave fica impedida de voar enquanto não forem realizadas as ações de manutenção corretivas estabelecidas pela fabricante", diz a Anac em nota.
Segundo a agência, a fabricante havia emitido um Boletim de Serviço Alerta em outubro requerendo inspeções adicionais para coletar informações e garantir a segurança operacional dessas aeronaves.
Após obter mais informações, a Embraer anunciou o recall, com o objetivo de eliminar a condição de desgaste de forma mais imediata nas aeronaves com maior tempo em operação e mais expostas à condição de desgaste.
O documento emitido pela agência, chamado Diretriz de Aeronavegabilidade (DA), é utilizado para impor novos procedimentos de manutenção para aeronaves que já estão em operação, quando se identificam questões não previstas durante a certificação da aeronave.
"Ela é de cumprimento mandatório para todos os operadores, tanto no Brasil como, assim que adotada, nos demais países onde aeronaves especificadas na DA estejam em operação", diz a Anac.
Como o projeto da aeronave foi desenvolvido no Brasil, cabe à Anac emitir a comunicação também aos demais países nos quais o jato pode operar.
A Embraer completou em agosto de 2019 os seus 50 anos como maior exportadora de produtos com alto valor agregado do país, tendo vendido mais de 8 mil aviões.
Na semana passada, acionistas minoritários da empresa recorreram à Comissão Europeia para tentar impedir a consumação da venda do controle da divisão de aviação comercial da Embraer para a Boeing.
A venda de 80% da divisão de aviação comercial da Embraer, principal geradora de recursos da empresa, para a Boeing deveria ser concluída até o final deste ano, mas a União Europeia decidiu em outubro avaliar com profundidade o negócio, estabelecendo como prazo para uma decisão fevereiro de 2020.