Em "fato relevante" divulgado na madrugada desta quarta-feira (18), o Banrisul informou que diminuiu a quantidade de ações que serão ofertadas na bolsa de valores de São Paulo (B3). Anteriormente prevista em 96.323.426 ações ordinárias (que dão direito a voto), o número total foi alterado para 71.350.686 — do total de 201,2 milhões de papéis.
O texto divulgado ao mercado destaca, no entanto, que até a data de conclusão do procedimento de "book building" — que define quais investidores ficarão com que percentual dos papéis ofertados —, a quantidade de ações inicialmente oferecida poderá, "a critério do acionista vendedor", ser acrescida em até 35%, ou seja, em até 24.972.740 ações, "nas mesmas condições e pelo mesmo preço inicialmente ofertadas".
O texto informa ainda que o cronograma do negócio foi alterado e que encerrará nesta quarta-feira as apresentações a potenciais investidores, o procedimento de "book building", bem como o processo de fixação do preço por ação — o que significa um adiamento de um dia. Ainda será realizada reunião do Conselho Diretor do Programa de Reforma do Estado (Codpre), que aprovará o preço por ação, com a consequente divulgação do valor.
Com isso, o início das negociações das ações do Banrisul na B3 tem data prevista para sexta-feira (20). A data de liquidação das ações do banco está programada para segunda-feira (23) e o prazo máximo para divulgação do comunicado de encerramento é de 28 de setembro.
Na semana passada, quando comunicou a oferta de ações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banrisul havia estimado que seriam movimentados R$ 2,23 bilhões no negócio. Os recursos devem ser utilizados pelo governador Eduardo Leite para o pagamento de dívidas, entre elas repasses atrasados para a saúde e o 13º salário de 2018 do funcionalismo, e abrirá espaço no fluxo de caixa para que os salários dos servidores sejam colocados em dia.
Até as 8h, o Banrisul e governo do Estado não haviam justificado a mudança na oferta de ações e no cronograma.