O Rio Grande do Sul amargou o quarto mês consecutivo com mais demissões do que contratações no mercado de emprego formal. O Estado registrou 88.754 admissões e 92.402 desligamentos em julho, fechando 3.648 vagas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na manhã desta sexta-feira (23). O RS figurou na penúltima posição entre as unidades da federação, ficando atrás apenas do Espírito Santo, que fechou 4,1 mil postos.
O resultado adverso no Estado foi puxado pelo setor da indústria de transformação, que registrou saldo negativo de 2.707 vagas no período. Na outra ponta, apenas a administração pública aparece no azul, com a abertura de somente 16 postos de trabalho.
O professor de economia do trabalho da UFRGS Giácomo Balbinotto Neto afirma que, ao contrário do primeiro trimestre, quando fatores sazonais impulsionam a geração de emprego, esse período do ano não conta com eventos que aumentam a demanda por mão de obra. Balbinotto Neto também cita o cenário econômico combalido do país para explicar a falta de investimento e a pouca geração de empregos:
— A economia brasileira como um todo se encontra deprimida, com baixo nível de atividade econômica. Isso reflete em menor nível de investimento, menor nível de demanda e aí por diante.
— A economia brasileira como um todo se encontra deprimida, com baixo nível de atividade econômica. Isso reflete em menor nível de investimento, menor nível de demanda e aí por diante.
No acumulado do ano, o primeiro trimestre positivo no RS garante saldo de 18.083 vagas. Desde 2012, o Estado não sai do vermelho no mês de julho, segundo a série histórica do Caged, que iniciou em 2004. No ano passado, foram fechadas 2,6 mil vagas no mesmo período.
Santa Cruz do Sul (-1.266 vagas) e Venâncio Aires (-1.107 postos), no Vale do Rio Pardo, aparecem na parte de baixo do ranking de desempenho entre os municípios. O presidente da Associação dos Plantadores de Fumo em Folha no Rio Grande do Sul (Afubra), Benício Albano Werner, afirma que esse movimento é sazonal, pois a indústria do fumo dispensa trabalhadores temporários nessa época do ano. O subsetor da Indústria da borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. diversas foi responsável pelo fechamento de 1.851 postos em julho.
— Daqui para frente, o número de empregos vai ficar estabilizado na indústria do tabaco. Vai ficar apenas o pessoal que tem contrato permanente — explicou Werner.
Na outra ponta, Lajeado (+230) e Eldorado do Sul (+213), na Região Metropolitana, registram a melhor variação entre contratações e demissões. Porto Alegre fechou com saldo negativo de 826 vagas.
Brasil no azul
Na contramão do Estado, o Brasil registrou saldo positivo em julho, com a criação de 43.820 vagas, resultado de 1.331.189 admissões e 1.287.369 demissões. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o país registra saldo positivo de 461.411 postos no mercado de emprego formal. Na comparação com o mesmo período de 2018, houve crescimento de 2,93%. O resultado de janeiro a julho deste ano é o melhor para o período desde 2014 (632.224).Construção civil figura no topo da lista dos setores com melhor desempenho no período no país, com saldo de +18.721.