O Ministério da Defesa confirmou, no início da noite desta terça-feira (7), que o contingenciamento de gastos realizado pelo governo federal atingirá também a pasta, que é responsável pelo Exército, Marinha e Aeronáutica. O corte ficará em torno de 44% do orçamento total da Defesa, que estava previsto em R$ 102 bilhões para 2019.
A assessoria da pasta ainda informou que as medidas "não implicam em nenhum ajuste" no Ministério. Até o dia 31 de março deste ano, de acordo com o governo, foram empenhados R$ 68 bilhões pela Defesa.
As escolas militares foram poupadas dos cortes que atingem os gastos da União, sobretudo na Educação. Essas unidades são ligadas ao Comando do Exército, cujo orçamento é vinculado ao Ministério da Defesa. O modelo é frequentemente elogiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Os R$ 12,5 milhões reservados para o ensino nas escolas militares não foram bloqueados por em razão do decreto de contingenciamento do governo federal. Os dados são do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo (Siop), extraídos nesta quinta-feira (6).
São 13 as escolas ligadas ao Exército. As instituições reservam vagas para familiares de militares e fazem seleção de alunos para ingresso, o que garante estudantes de nível socioeconômico alto e explica parte do bom resultado alcançado por essas unidades.
Os recursos destinados para a Prestação de Ensino e Pós-Graduação do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), de R$ 3,2 milhões, também foram poupados. Já o orçamento do IME (Instituto Militar de Engenharia) sofreu impacto. Dos R$ 10,1 milhões autorizados, R$ 1 milhão (10%) está bloqueado.