Deputados da base e da oposição trocaram empurrões e gritos no plenário da Câmara nesta quarta-feira (24) quando foi citada uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo que mostrou que o governo ofereceu R$ 40 milhões em emendas para cada deputado que votar a favor da reforma da Previdência no plenário da Casa.
Líderes de seis partidos confirmaram ao jornal que houve a oferta do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), para a liberação de recursos extraorçamentários — ou seja, não referentes às emendas impositivas —, mas não foi celebrado acordo.
Além disso, a oferta é referente à deliberação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no plenário, e não na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a tramitação foi concluída na noite de terça (23).
O deputado Aliel Machado (PSB-PR) discursava quando foi interrompido aos gritos pelo colega José Medeiros (Pode-MT).
— O governo ofertou R$ 40 milhões para comprar votos, está oferecendo cargos — afirmou o parlamentar do PSB, da oposição.
— Vagabundo, não nos meça pela sua régua — gritou o deputado do Podemos.
Uma confusão se instalou no plenário da Casa, com deputados da oposição tentando separar os dois.
Pouco depois, o deputado do PSOL Glauber Braga (RJ) questionou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre a oferta, mas ele não comentou. A proposta foi feita na casa de Maia, na semana passada. Já deputados do PSL defenderam o governo Jair Bolsonaro e criticaram a reportagem.
— O governo Bolsonaro não faz nada disso. O senhor vai ter que provar isso, o senhor traz uma denúncia vazia para este plenário, o senhor vai ser levado para o Conselho de Ética — disse Daniel Freitas (PSL-SC) a Aliel Machado.
Após isso, Nelson Barbudo (PSL-MT) pediu para "chamarem o camburão" para a oposição.
— Se tudo que a imprensa publica é verdade, pode chamar o camburão, porque dizem que o PT é uma quadrilha.