Em tramitação no Congresso, a medida provisória (MP) que torna mais rígidas as regras de arrecadação sindical deve diminuir o número das instituições que representam categorias no país, mas deixá-las mais fortes. A teoria é defendida pelo secretário do Trabalho do governo federal, Bruno Dalcolmo. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, ele criticou a quantidade de sindicatos no Brasil: são mais de 17 mil, conforme Dalcolmo.
Para ele, a atualização da reforma trabalhista deve enfraquecer sindicatos "apenas cartoriais, que efetivamente não fazem uma negociação coletiva". Os "bons sindicatos", argumenta o secretário, terão que "repensar a estrutura" e se modernizar, "como já vêm fazendo".
— (Serão sindicatos) maiores, mais fortes, que representam um número maior de trabalhadores. A tendência é que nós tenhamos um número menor de sindicatos,mas que eles sejam mais fortes, mais representativos e que consigam fazer melhores negociações, inclusive com a classe empresarial.
Em relação às críticas feitas por parlamentares que defendem mudanças na medida, o secretário diz entender que o tema é sensível, mas que a discussão no Congresso é "política", e que prefere deixar para que o próprio parlamento se manifeste a respeito. Ao assinar o texto, o presidente Jair Bolsonaro desagradou a aliados e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que articula as mudanças na reforma da Previdência e não gostou de não ter sido consultado sobre o envio da MP.
Encaminhada na última sexta-feira (1º), o projeto tem prazo de até quatro meses para ser votado, ou será arquivado.
Se aprovado, o texto define que as contribuições feitas por funcionários a sindicatos devem ser autorizadas de forma "prévia, voluntária, individual e expressa" por parte do empregado, conforme Dalcolmo. Depois disso, o boleto poderá ser mandado diretamente para o trabalhador ou para a empresa.