O novo governo estuda uma reforma do Imposto de Renda (IR) em que a progressividade tributária poderia reduzir o peso dos impostos sobre os mais pobres, ao mesmo tempo em que diminuiria a alíquota cobrada dos mais ricos. Segundo o jornal O Globo, uma possibilidade analisada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, seria fixar uma alíquota principal de 15% ou 20% para a maioria dos contribuintes, mas criar um percentual mais elevado, possivelmente de 25%, para os que ganham mais.
Na prática, a mudança significaria uma redução do teto. Atualmente, quem ganha até R$ 1.903,98 por mês é isento do IR. Quem recebe de R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 paga 7,5%. Quem ganha de R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 paga 15%. Quem recebe de R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 paga 22,5% e quem recebe acima de R$ 4.664,68 é tributado em 27,5%. As medidas garantiriam que o modelo não aumente a desigualdade de renda. Haveria ainda uma faixa de isenção maior que a atual, que vai até R$ 1.903,98, mas que ainda será definida.
"O sistema tributário brasileiro precisa ter uma certa progressividade. Não iremos ao extremo de ter apenas uma alíquota. Poucas alíquotas são absolutamente adequadas e uma alíquota adicional para altas rendas, altos rendimentos", declarou o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, após a cerimônia de transmissão de cargo para o ministro da Economia, Paulo Guedes.
A reforma, segundo O Globo, também envolveria uma ampla revisão do sistema de deduções do IR. Hoje, as pessoas físicas têm uma série de descontos na hora de acertar as contas com a Receita.
Os estudos detalhados sobre a reforma do IR ainda não foram iniciados pela equipe de Paulo Guedes.