Na reta final do ano, o Rio Grande do Sul mantém a retomada na geração de emprego formal. Em novembro, o Estado abriu 87.418 vagas e fechou outras 77.297, gerando saldo de + 10.121 postos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na tarde desta quinta-feira (20).
No ranking nacional, o RS ficou em terceiro lugar, atrás apenas de São Paulo (+ 17.754) e Rio de Janeiro (+ 13.700).
No Estado, o resultado foi puxado pelo setor de comércio, que registrou saldo de + 5.085, seguido por agropecuária (+3.835) e serviços (+2.544). Na outra ponta, figuram com os piores números indústria de transformação (- 895), construção civil (-364) e extrativa mineral (-40).
O comércio figura na ponta da geração de emprego no Estado pelo segundo mês seguido. No entendimento do presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), Vitor Augusto Koch, esse cenário é sazonal em razão das festas de fim de ano. As contratações temporárias no período figuram como um dos principais fatores que sustentam os números positivos:
— O final do ano, os últimos três meses, são meses em que as vendas acontecem em um número maior. É a nossa melhor época do ano no calendário de vendas. Então, nós prevíamos uma contratação temporária, e isso ocorreu.
Koch destacou que esse cenário positivo tende a seguir nos próximos meses, durante o período de férias, pois a migração de turistas para regiões como a Serra e o Litoral impulsiona a contratação nesses locais, principalmente, em áreas como hotelaria e alimentação.
Entre os municípios gaúchos pesquisados, Porto Alegre apresentou o melhor saldo, com abertura de 1.334 postos com carteira assinada. O presidente da FCDL relaciona esse ponto ao fato da Capital concentrar os grandes centros comerciais.
— Porto Alegre e Região Metropolitana são centro comerciais muito fortes em razão das grandes magazines estarem aqui e do número de habitantes. Também tem a grande rotatividade de pessoas do Interior que vêm para fazer suas compras.
O dirigente também cita o adiantamento do 13º para aposentados, o pagamento da primeira parcela do benefício para os trabalhadores, e os repasses do PIS/Pasep como fatores que aumentam o poder de compra dos consumidores, aumentando a circulação de dinheiro no mercado e o ritmo de contratações.
Esse é o terceiro mês consecutivo em que o Estado apresenta saldo positivo no levantamento, após uma sequência de meses com resultados negativos. De abril a agosto, o saldo de vagas no Estado havia amargado série de cinco meses no vermelho, voltando a ficar no azul só em setembro. No acumulado do ano, a diferença entre contratados e demitidos é de 42 mil.
Brasil também tem saldo positivo
O Brasil também registrou números positivos no Caged em novembro, com a criação de 58.664 empregos. Esse é o melhor resultado para o mês desde 2010, quando foram gerados 138.247 empregos na série sem ajuste. O mês de novembro é o 11º seguido com criação de empregos formais, de acordo com a série histórica com ajuste sazonal.