Enquanto o valor médio da gasolina baixa nas refinarias, o preço final nas bombas só sobe. De 14 de setembro a 12 de outubro, o valor do litro do combustível vendido às distribuidoras caiu de R$ 2,25 em média, para R$ 2,14 (sem tributos). Já o preço final do combustível nos postos de Porto Alegre passou de R$ 4,79 (média do mês de setembro) para R$ 4,89 (média apurada no dia 6 de outubro). Os valores são do levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Outro levantamento divulgado na última semana é o do Procon de Porto Alegre, que pesquisou 41 postos da Capital na última terça-feira (9). A média constatada foi de R$ 4,953.
Segundo o presidente do Sindicato intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, a diferença entre a refinaria e o posto de combustíveis pode ser explicada pela mistura do álcool anidro (27% de cada litro de gasolina), realizada pelas distribuidoras. Mas também pesa a margem que cada empresário pratica nos Estados.
— As distribuidoras são o elo entre a refinaria e o posto. Elas têm liberdade para as estratégias de precificação e calculam seus custos conforme suas estruturas — justifica.
Ainda segundo o presidente do Sulpetro, outro fator é a ausência de usinas de produção de álcool anidro, oriundo da cana-de-açúcar, no Rio Grande do Sul, o que aumenta o custo da logística para as distribuidoras. Ele reconhece que o cenário é ruim para o consumidor, mas alega que muitos postos também foram fechados.
— É um momento muito instável. O posto está sofrendo tanto quanto o consumidor. E a gente entende muito bem o problema do consumidor. O preço está caro, a gente não tem ilusão de dizer que o preço está bom, porque ele está alto — afirma o sindicalista.