Como uma das saídas para resolver a complicada situação da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), que deve em ICMS um valor suficiente para colocar em dia a folha de pagamento dos servidores do Executivo, a secretária estadual de Minas e Energia, Susana Kakuta, defende a privatização da empresa. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta sexta-feira (4), a secretária destacou que existe uma ameaça concreta de perda de concessão da CEEE devido ao fluxo negativo de R$ 1,2 bilhões.
_ Este é um ano muito difícil, temos uma ameaça concreta de perda de concessão da CEEE, o que traria um problema enorme. A questão do pagamento de impostos estaduais é um dos problemas. A CEEE não tem fluxo de caixa positivo (...) O patrimônio da empresa já não vale nada, foi consumido ao longo do tempo e hoje a empresa enfrenta a falta da capacidade de investimento. Isso toca ao cidadão, pois diz respeito a melhorias em rede, troca de postes, etc.
Ao comentar sobre o que levou a empresa a esta situação crítica, Susana afirmou que são muitos os fatores, porém um dos principais é o fato de que, "só em passivo trabalhista, nos últimos 10 anos, a CEEE pagou R$ 1,4 bilhão":
_ Isso é determinante para qualquer empresa. No balanço de 2017 apresenta uma passiva (não é um passivo?) de mais quase R$ 800 milhões a pagar, que está provisionado.
Ouça a entrevista na íntegra:
Questionada sobre as possíveis saídas para a crise, a secretária voltou a defender a privatização ou federalização da CEEE.
_ Enxergamos com clareza que o nosso papel como Estado não é ser dono de uma empresa de fornecimento de energia elétrica, mas sim garantir ao cidadão gaúcho que ele tenha um fornecimento de qualidade, com investimento continuado, que é o que as outras concessionárias fazem aqui no Estado _ destacou.
Sobre as previsões para o ano de 2019, Susana afirmou que a empresa continuará a arrolar dívidas, e que terá que buscar uma nova janela de renegociação para continuar com investimentos em infraestrutura, já que o empréstimo que possui com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) termina no final de 2018.