Dona das marcas Perdigão e Sadia, a BRF anunciou que 10 de suas unidades tiveram a exportação de produtos de aves para União Europeia (UE) bloqueadas pelo Ministério da Agricultura.
A medida foi adotada pelo governo brasileiro para se antecipar aos países europeus, que já haviam ameaçado suspender todas as importações após a Operação Trapaça. Terceira fase da Operação Carne Fraca, a ação deflagrada na semana passada revelou um esquema de fraudes envolvendo laboratórios e a própria BRF na análise de bactéria salmonela em lotes de carne de frango.
Segundo a Polícia Federal, análises relativas à presença de salmonela eram adulterados com o objetivo de burlar a fiscalização sanitária e continuar exportando para destinos que têm uma tolerância menor à presença da bactéria na proteína.
Em comunicado ao mercado, a empresa afirma que o governo decidiu interromper temporariamente, a partir desta sexta-feira (16), "a produção e certificação sanitária dos produtos de aves da BRF exportados do Brasil para União Europeia".
"É importante ressaltar que todos os produtos já alocados na região, bem como os produzidos e embarcados antes do dia 16 de março podem ser comercializados e utilizados sem restrições", diz a BRF.
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo Rangel, parte para Bruxelas, na Bélgica, na próxima segunda-feira (19), onde levará uma proposta de novos procedimentos de fiscalização do Ministério da Agricultura para tentar evitar o embargo definitivo aos produtos da BRF e amenizar a crise.