O juiz federal André Wasilewski Duszczak determinou a soltura do ex-presidente do Grupo BRF Pedro Andrade de Faria na tarde desta sexta-feira (9). O Ministério Público Federal (MPF) solicitou minutos antes que todos os presos que permaneciam na custódia da Polícia Federal (PF) alvos da Operação Trapaça fossem soltos.
Onze pessoas ligadas à empresa foram detidas temporariamente na segunda-feira (5) na terceira fase da Carne Fraca, em Curitiba, suspeitas de fraudarem documentos e fiscalizações para burlar o controle do Ministério da Agricultura.
A procuradora da República Lyana Helena Joppert Kalluf considerou que foram cumpridos "os objetivos probatórios" com a decretação da prisão temporária do investigado e pediu sua liberação.
Em seu depoimento, o ex-presidente argumentou que, apesar de ter sido presidente da BRF, "não mais possui o comando da empresa", registra o MPF.
"Informação esta que não foi informada no decorrer da primeira fase investigativa."
Faria destacou em seu depoimento que segundo seu contrato de rescisão de trabalho com a BRF, de dezembro de 2017, que apresentou à PF, há uma cláusula de não competição, que faz com que ele esteja impedido de atuar em empresas do ramo alimentício pelo prazo de três anos.
"Sendo assim, vejo que a aplicação de medidas cautelares (similares às aplicadas aos funcionários) não fazem sentido, na hipótese e no momento, em que pese, como já dito, a análise do material probatório ou a postura dos investigados no decorrer dos trabalhos possam demonstrar a necessidade de cautelares alternativas ou eventual segregação preventiva."
Os investigados devem ser soltos ainda nesta sexta-feira.