Depois de subir 1,5% em julho, o Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI/RS), divulgado nesta quarta-feira (4) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), caiu 0,9% em agosto, na comparação com o mês anterior (com ajuste sazonal).
_ A queda do IDI não surpreende, pois foi influenciada pela forte retração nas compras industriais, embora os demais indicadores tenham registrado resultados positivos. Isso reproduz mais uma vez o padrão oscilatório compatível com o processo de retomada cíclica da atividade do setor em curso _ explica o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
O IDI-RS leva em conta o desempenho de seis indicadores. Repetindo o mês anterior, as compras industriais (-6,2%) exerceram grande contribuição no resultado, contrariando o sinal positivo apresentado pelos demais indicadores na comparação com julho, na série livre de influências sazonais. O faturamento real registrou aumento (1,4%), assim como as horas trabalhadas na produção (2,5%) e a utilização da capacidade instalada-UCI (0,7%, com o uso da capacidade produtiva alcançando 79,1% em agosto). Também cresceram no mercado de trabalho industrial o emprego (0,3%) e a massa salarial real (0,6%).
Um sinal de tendência de retomada do setor fica evidente nas comparações anuais de agosto. O índice de atividade, por exemplo, cresceu 1% ante o mesmo mês do ano passado, marcando a segunda taxa positiva seguida, fato que não ocorria desde dezembro de 2013.
No acumulado dos oito primeiros meses de 2017, o desempenho setorial também expressou a oscilação verificada no IDI-RS: oito registraram crescimento e nove recuaram relativamente ao mesmo período de 2016. Destaque para a expansão dos setores de máquinas e equipamentos (3,3%), impulsionado pelo segmento agrícola, de produtos de metal (4,9%) e de tabaco (14,7%). As quedas mais importantes foram verificadas em alimentos (-2,8%), veículos automotores (-2,5%) e móveis (-2,4%).
Também de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período de 2016, a variação negativa do IDI-RS manteve a trajetória de desaceleração e chegou a -0,4%, o melhor resultado em 2017. O faturamento real (1,4%), a massa salarial real (2,5%) e a UCI (0,4%) mostraram evolução, diferentemente das compras industriais (-1,4%), as horas trabalhadas na produção (-2,1%) e o emprego (-1,5%).
De acordo com o presidente da Fiergs, a tendência futura do setor continua ascendente, ainda que de forma muito lenta diante da duração e intensidade das quedas acumuladas. Entre os fatores que sustentam esse prognóstico de perspectiva positiva, estão a melhora nas condições da economia e a maior estabilidade política no país, além do fim da maior recessão já registrada.