Se você perder o emprego hoje, por quantos meses viveria com o dinheiro guardado?
Um ano? Um mês? Nenhum?
Os educadores financeiros falam em seis meses. Mas eu diria que, com a dificuldade que está para voltar ao mercado de trabalho, seria bom que o dinheiro economizado fosse suficiente para segurar as pontas por mais tempo.
E mais: poder pagar um curso de qualificação, de mudança de profissão ou mesmo para se manter em contato com outras pessoas.
É o que chamamos de reserva financeira. Com ela, lidamos com mais tranquilidade com imprevistos. Como a perda do emprego ou problemas de saúde.
O ideal mesmo seria que essa reserva financeira fosse algo separado dos investimentos para o longo prazo, como a aposentadoria. Seria um dinheiro para emergências, depositado em um aplicação de onde podemos sacar facilmente. E sem risco de ter prejuízo, como pagamento de multas ou pegar uma época de desvalorização, como pode ocorrer com ações na Bolsa de Valores.
O site Guia Bolso sugere a seguinte divisão:
A cada R$ 1000 que você ganha,
R$ 500 vão para gastos essenciais, como transporte e moradia.
R$ 150 vão para prioridades financeiras. Se tiver dívidas, pagar. Se não, fazer a reserva financeira.
R$ 350 para gastos que não são essenciais, mas que permitam que você aproveite a vida.
*** E disciplina! Isso é essencial. ***
Fiscal do mercado financeiro, a Comissão de Valores Mobiliários tem um materia chamado de “Falácia do Planejamento”. Diz que um dos problemas no planejamento é focar mais na tarefa como um todo do que nas atividades e etapas necessárias para a execução.
“Assim, quando nos deparamos com a quantidade de tarefas exigidas – como o esforço de anotar nossos gastos diários, elaborar planilhas financeiras, comparar custos e receitas, pesquisar preços, aprender sobre produtos financeiros, esperar para resgatar investimentos no prazo acertado e resistir às tentações de consumo – acabamos ficando desestimulados e desistindo antes de conseguirmos qualquer mudança concreta de comportamento.”
Quais são, então, as orientações para guardar dinheiro:
(Destaque para a 9!)
1 – Evite dar o passo maior do que a perna e comece a poupar pequenas quantias, aumentando à medida que for conseguindo.
2 – Divida seu planejamento em tarefas mais simples e organize cronologicamente. Para calcular o tempo total.
3 – Faça uma lista dos acontecimentos que o impediram de juntar dinheiro no passado ou que dificultaram o controle das suas finanças. Saberá assim os seus principais obstáculos para poder contorná-los.
4 – Desde o início do processo de aplicar o dinheiro, tente raciocinar sobre seus investimentos em termos de rentabilidade líquida, considerando taxas e tributação. Com isso, terá noção mais exata do valor que teria para resgatar em caso de necessidade.
5 – Ou seja, considere a inflação. Com isso, vai calcular se está conseguindo uma rentabilidade real sobre o valor poupado e de quanto.
6 – Peça ajuda a pessoas próximas. “Já que costumamos superestimar as tarefas dos outros, pode ser útil fazer uma média entre a estimativa delas e a nossa”, diz a CVM.
7 – Procure ajuda profissional quando o esforço parecer insuperável. Planejadores financeiros podem ajudar a para organizar as etapas e fazer estimativas mais realistas.
8 – Use a tecnologia ao seu favor. Há diversos apps e planilhas que podem ajudar a fazer e acompanhar o planejamento financeiro, programando lembretes e realizando cálculos.
9 – Imponha uma penalidade para si mesmo, caso venha a descumprir os prazos que estabeleceu. Como uma multa. Que tal?
10 – Para compensar, a CVM aconselha aumentar um pouco as estimativas iniciais de tempo, custo e risco (uma margem de segurança) e manter certo ceticismo no que diz respeito aos benefícios.
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