Os efeitos da crise econômica foram sentidos de forma semelhante no Estado e no país. Em 2015, ano em que o Brasil mergulhou oficialmente na recessão, o RS teve o segundo ano de recuo na dimensão padrão de vida na série histórica, que analisa dados de renda, ocupação e desigualdade. O anterior foi observado em 2008, ano da turbulência global. Como todas as unidades da federação também sofreram, o Estado manteve a quinta colocação no ranking, posição que sustenta desde 2011.
Ao olhar no detalhe, porém, é possível observar que o desempenho gaúcho foi levemente melhor no cotejo com a média nacional. O índice diminuiu 4,6% de 2014 para 2015, enquanto no Brasil a queda foi de 6,7%.
O ponto positivo foi a variável desigualdade. A diferença entre os mais ricos e os mais pobres foi reduzida no Estado, enquanto aumentou na média nacional e nas unidades da federação com economia maior, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Também à exceção de 2008, o Rio Grande do Sul mantém, ano a ano, a trajetória de redução da desigualdade. O emprego foi outra variável afetada. Mas, como o tombo do Rio foi maior, os gaúchos até ganharam uma posição no ranking da ocupação, subindo para o sexto lugar. Com o mercado de trabalho debilitado, a renda também murchou. No mesmo ritmo do país.
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Para a economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, o desempenho levemente melhor em relação ao país, em 2015, pode ser creditado à agropecuária, que não foi capaz de evitar os efeitos da recessão.
– Foi um ano com atividade em queda, aumento do desemprego e inflação acima de 10%. Isso afeta o padrão de vida das pessoas. Setores como indústria e serviços se comportaram de maneira semelhante – observa Patrícia.
A curiosidade na dimensão padrão de vida, liderada por São Paulo, é a ascensão de Mato Grosso, que há cinco ano estava na nona colocação, tornou-se o sexto e se aproxima do Rio Grande do Sul.