A Celulose Riograndense está estendendo até 11 de novembro a interrupção da produção na fábrica de Guaíba. A medida atinge a Linha 2, que é a mais importante, e ainda é reflexo dos danos gerados em um acidente em uma caldeira em fevereiro.
A decisão da direção da empresa foi divulgada em um fato relevante do grupo florestal CMPC. A chilena é dona da Celulose Riograndense, que foi ampliada em um investimento considerado o maior já feito pelo setor privado no Rio Grande do Sul. Atingiu US$ 2,5 bilhões.
O comunicado foi assinado pelo CEO da CMPC, Hernán Wilson. Informa que esta ampliação do prazo vai reduzir em 400 mil toneladas a produção de celulose na unidade. Este número se soma às 200 mil toneladas de quebra já informadas anteriormente. Um terço da capacidade instalada no complexo de Guaíba.
O efeito econômico, conforme o texto, é de US$ 200 milhões. Acrescenta que há cobertura por seguros.
"O efeito da interrupção é estimado em aproximadamente US$ 200 milhões, o que inclui uma menor margem de contribuição associada à queda nas vendas de celulose de US$ 140 milhões, que serão refletidas durante o período de inatividade e, adicionalmente, US$ 60 milhões de custos associados ao reparo da caldeira. O dano mencionado está coberto pelas apólices de seguros que a Companhia mantém para esse fim, e as companhias de seguros já foram notificadas a este respeito." - trecho do comunicado ao mercado.
A notícia provocou queda nas ações da CMPC na Bolsa de Santiago. Além disso, devemos ter impacto nos números gerais da indústria do Rio Grande do Sul, como aconteceu no início do ano no levantamento do IBGE. A celulose pesa bastante do setor e também tem influência nas exportações gaúchas.
Em fevereiro, a fábrica parou por 38 dias, após o acidente. Um forte barulho na fábrica assustou moradores de Guaíba. Foi provocado por um procedimento feito após uma mangueira de uma das caldeiras furar. Foi feita uma parada emergencial, informou a Celulose Riograndense na época. Em julho, houve uma manutenção programada, que está sendo, portanto, ampliada.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o diretor-presidente da empresa garantiu que a paralisação não vai afetar os contratos com fornecedores e trabalhadores. Walter Lídio Nunes admite, no entanto, que a produção prevista para 2017 cairá quase pela metade.
- Haverá um remanejamento das atividades operacionais. Os contratos serão mantidos porque são de longo prazo.
A data prevista é novembro, mas a retomada da produção pode ocorrer antes. O presidente garante que, quando isso ocorrer, será com força total e atingindo a capacidade plena.
Ouça a entrevista completa:
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