Impulsionadas pela elevação em mais de 85% na demanda externa da Argentina, as exportações da indústria gaúcha cresceram 2,3% em julho na relação com o mesmo mês do ano passado, totalizando US$ 1,02 bilhão. “A maior parte desse movimento se deveu ao forte aumento dos embarques de veículos automotores. Entretanto, a tendência é de desaceleração nos próximos meses, em função da cobrança de multa imposta pelo governo Macri às montadoras do país que descumprirem o limite de importação pactuado entre Brasil e Argentina”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, ao comentar o resultado da balança comercial, nesta quarta-feira (9).
As exportações totais, ao somarem US$ 1,59 bilhão, apresentaram queda de 8,1% no mesmo período, determinada pelo grupo dos produtos básicos, que recuou 23%. Tal fato pode ser atribuído ao desempenho da soja (-28%), principal commodity da pauta do Estado.
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Veículos automotores, reboques e carrocerias (+94%, total de US$ 130 milhões) foi a categoria com a contribuição mais positiva para as vendas externas da indústria do Rio Grande do Sul no mês. É o maior valor para julho de toda a série histórica, iniciada em 1996. Químicos (16,2%) e tabaco (6,5%) igualmente registraram bom aumento nas exportações. Por outro lado, alimentos (-13,7%), madeira (-75%), celulose e papel (-25,9%) e máquinas e equipamentos (-16,9%) exerceram as principais influências negativas. Em todos esses casos, a redução das quantidades embarcadas foi mais intensa em comparação com o aumento dos preços.
Ainda sobre julho, as importações totais chegaram a US$ 850 milhões, alta de 38,9%. Na separação por categoria de uso, todas apresentaram alta: Bens intermediários (61,2%), consumo (18,8%), combustíveis e lubrificantes (13,9%) e de capital (5,9%). A pequena base de comparação e a estabilização do nível de atividade ajudam a explicar esse resultado.
Ao atingirem US$ 9,89 bilhões entre janeiro e julho de 2017, as exportações gaúchas cresceram 4,8% em relação ao mesmo período de 2016. Desse total, a indústria foi responsável por US$ 6,88 bilhões, incremento de 6%. Os melhores resultados vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (59,4%), químicos (17,9%) e produtos de metal (30,9%). Já tabaco (-12,7%), celulose e papel (-17,9%) e máquinas e equipamentos (-7,3%) registraram as maiores perdas.