Impulsionadas pela proposta do governo de privatizar a Eletrobras, uma das maiores empresas de energia elétrica da América Latina, as ações da estatal dispararam nesta terça-feira (22).
Segundo a Folha de S.Paulo, às 14h09min, as ações ordinárias da empresa subiam 45,28%, para R$ 20,63. Os papéis preferenciais tinham valorização de 29,44%, para R$ 23,08. No mesmo horário, a Bolsa brasileira tinha alta de 2,10%, para 70.076 pontos.
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Pela proposta apresentada, o governo venderia ações da empresa na bolsa de valores e emitiria novas ações ordinárias, que dão direito a voto, diluindo sua participação na empresa. A expectativa é arrecadar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões, que ajudariam a conter o déficit nas contas públicas em 2018.
A alta da Eletrobras ajuda a puxar outras ações de estatais neste pregão. Às 14h10min, os papéis preferenciais da Petrobras se valorizavam 3,22%, para R$ 13,77. As ações com direito a voto subiam 3,04%, para R$ 14,22, no mesmo horário. Os papéis do Banco do Brasil se valorizavam 4,34%. As ações da Cemig subiam 6,30%.
Contrariedades
O Ministério de Minas e Energia comunicou, nesta segunda-feira (21), que vai propor ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) a redução de participação da União no capital da Eletrobras. Com isso, o governo venderia ações da empresa na bolsa de valores, a exemplo do que já foi feito com Embraer e Vale. No segundo caso, ocorrido em 1997, medida semelhante foi chamada de privatização.
A Eletrobras declarou que foi comunicada, por meio de correspondência do ministro Fernando Coelho Filho, que a pasta vai propor ao Conselho do PPI a desestatização da companhia.
"A efetivação da operação depende de autorizações governamentais, avaliação das autorizações legais e regulatórias que serão necessárias, avaliação do modelo a ser adotado e observância dos procedimentos específicos, por se tratar de sociedade de economia mista, de capital aberto, com ações listadas na Bolsa de São Paulo (B3), de Nova York (NYSE) e de Madri (Latibex)", informou a empresa em comunicado.
Hoje, além de 51% das ações ordinárias (com direito a voto), a União tem 40,99% do capital total da Eletrobras. O PPI é responsável pelas privatizações e concessões do governo Michel Temer.
O ministério ainda afirmou que a redução de participação da União no capital da empresa causará "maior competitividade e agilidade" à companhia. "A nova Eletrobrás segue um modelo de êxito adotado em diversos países, como Portugal, França e Itália, que transformaram suas estatais de energia elétrica em grandes corporações que atuam no mundo inteiro e mantêm sua identidade nacional", avalia a pasta.