Depois de anunciar oficialmente que o presidente Michel Temer havia desistido de participar da reunião do G-20 na sexta-feira (7), em Hamburgo, na Alemanha, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto afirmou que o presidente agora vai à reunião das 20 maiores economias do mundo. O "escav" (escalão avançado), que é a equipe precursora da viagem, encarregada de preparar a chegada do presidente brasileiro, viajará na terça-feira (4) à noite.
O presidente estava sendo pressionado pela equipe econômica e pelo ministro das Relações exteriores, Aloysio Nunes, para participar do encontro na Alemanha. O argumento da ala econômica é de que, independente da crise política e jurídica, é melhor mostrar que "o país não pode parar", além de o evento ser fundamental para agenda de retomada da confiança.
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Apesar do retorno da agenda internacional, Temer não vai ao encontro bilateral com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que estava previsto para o dia 6 de julho. Isto porque, de acordo com interlocutores, para chegar a tempo do encontro com Merkel, Temer teria de sair do Brasil na terça à noite, o que deixaria o presidente fora do país por muito tempo.
A decisão de Temer ir ou não ao G-20 não é consenso na cúpula do governo. Assim como aconteceu na viagem que fez na semana retrasada pela Rússia e pela Noruega, alguns interlocutores do presidente salientam que há sempre "um risco político alto" de deixar o país na atual situação. Na última viagem ao Exterior, Temer sofreu uma derrota na votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.
A viagem de Temer acontece enquanto ele prepara a sua defesa em relação à denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Na última semana, Temer deu uma demonstração de que não evitará o confronto com Janot – que o governo classifica como o maior algoz de Temer – e anunciou às pressas o nome de Raquel Dogde para o cargo de procurador-geral da República.