Com atuação no segmento de concessões rodoviárias, administração de portos e aeroportos e energia, a Triunfo Participações e Investimentos recorreu à recuperação extrajudicial para reestruturar dívida superior à R$ 2,5 bilhões.
O plano inclui a companhia, além das subsidiárias Maestra Serviços de Engenharia, Dable Participações, Vessel-Log Serviços de Engenharia e Concer.
A Triunfo Concepa, uma das empresas da Triunfo Participações e Investimentos, é a concessionária que administra a freeway – em contrato renovado até julho de 2018 –, com praças de pedágio em Gravataí, Santo Antônio da Patrulha e Eldorado do Sul.
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Nos documentos, protocolados na Justiça de São Paulo na madrugada de sábado, a companhia explica que a crise econômica nacional afetou "em cheio o mercado de infraestrutura brasileiro, que comprometeu a saúde e liquidez do grupo". Segundo o pedido de homologação, problemas financeiros, associados a eventos internos e externos, obrigaram a empresa a buscar a reestruturação do passivo financeiro – decorrente de operações bancárias e de mercado de capitais. O caminho, frisa a companhia, foi negociar com seus credores a reestruturação do passivo financeiro.
Os planos receberam apoio de cerca de 80% dos créditos votantes, superior ao mínimo de 60% exigido para ser ajuizado e que torna obrigatória a adesão dos demais 20%.
Passivos envolvem quase 20 credores
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), maior credor do grupo, se sujeita aos planos, mas não pôde votar por ser parte relacionada – isso porque o braço de participações BNDEPar é acionista da empresa. Ao todo, são quase 20 credores envolvidos no processo.
O restante das obrigações, segundo a companhia, não precisava ser renegociado, pois há ativos no modelo em que a engenharia financeira é sustentada pelo fluxo de caixa do empreendimento – e uma parcela da dívida está sendo endereçada via venda de ativos.
Nos últimos anos, a Triunfo arrematou concessões de rodovias e aeroportos, quando a economia brasileira viveu período de euforia. As expectativas de tráfego nas rodovias – segmento que representa seu principal negócio – eram altas e, consequentemente, também a previsão de receita. Mas as projeções não se confirmaram por conta da crise econômica.