Instituições financeiras e economistas consultados pelo Banco Central (BC) reduziram a projeção de inflação pela terceira vez seguida nesta semana. A estimativa de inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de 6,80% para 6,72%. Para 2017, a estimativa é mantida em 4,93% há duas semanas.
As estimativas fazem parte do relatório Focus, pesquisa realizada pelo BC junto ao mercado financeiro sobre os principais indicadores econômicos. As duas projeções ainda ultrapassam o centro da meta, que é de 4,5%. O teto da meta é 6,5% para este ano, e 6% em 2017.
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Retração ainda maior do PIB
Na contramão da inflação, o mercado ampliou pela oitava vez consecutiva o pessimismo em relação à atividade econômica do país em 2016. De acordo com o relatório Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá ter redução de 3,49% neste ano. Há uma semana, a previsão era de recessão em 3,40%. Quatro semanas atrás, a estimativa era de retração de 3,30% do PIB.
Para 2017, é esperado um resultado mais tímido em relação às projeções anteriores. O documento divulgado pelo BC reduziu, nesta semana, a previsão de crescimento da economia de 1% para 0,98%. Há um mês, o mercado esperava um avanço de 1,21%.
Elevação do dólar
A projeção para a cotação do dólar ao final de 2016 foi elevada pela terceira vez seguida, de R$ 3,30 para R$ 3,35, conforme o relatório Focus. A moeda norte-americana vem registrando previsões de alta após a vitória de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos. Há quatro semanas, a expectativa era de que o dólar fechasse este ano em RS 3,20.
Para 2017, o mercado manteve a previsão de cotação em R$ 3,40. É o mesmo resultado esperado há um mês.
Previsão para Selic segue em 13,75%
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reúne-se na terça e na quarta-feira para definir a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa dos economistas e instituições ouvidos pelo Focus é que de que ocorra a continuidade no ciclo de cortes na Selic, com redução da taxa dos atuais 14% ao ano para 13,75% ao ano. Para o final de 2017, a expectativa para a Selic é de 10,75% ao ano.
Ao reajustá-la a Selic para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.