Após caírem 37,9% em setembro, as exportações no Estado voltaram a apresentar forte retração em outubro (18,1%) na comparação com o mesmo período de 2015, ao somarem US$ 1,25 bilhão. Se consideradas apenas as vendas externas da indústria, que alcançaram US$ 1,04 bilhão, o recuo chegou a 8,3%, contra 33% queda do mês anterior. “Além dos problemas relacionados à queda da demanda externa de países como a Venezuela, temos observado a manutenção do quadro de perda de competitividade das nossas mercadorias no exterior. Diante desse cenário, encerraremos 2016 com o menor valor exportado dos últimos 10 anos. Precisamos de ações urgentes para contornar as adversidades impostas ao setor”, observa o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller.
A China, que comprou dos exportadores do Estado US$ 352,2 milhões, reduziu em 23,7% as suas importações oriundas do RS. Já a Argentina (US$ 105 milhões) baixou 9,3%, enquanto os Estados Unidos diminuíram 14,1% (US$ 83,2 milhões). A análise desagregada mostra que os produtos básicos sofreram retração de 47,4% (totalizando US$ 199 milhões), puxados pelo desempenho dos embarques de soja, que caíram 48,1%.
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Em relação à indústria, parte das perdas de mais de 8% em outubro podem ser atribuídas ao efeito do calendário, em razão do dia útil a menos em outubro. O cálculo do valor médio exportado pelo número de dias úteis é uma das formas de neutralizar esse problema, tornando a base de comparação mais adequada para fins de avaliação. Sob essa métrica, as vendas externas do setor secundário gaúcho recuaram 3,8%.
Entre as 22 categorias da indústria de transformação que registraram alguma operação de exportação em outubro, a maioria (10) caiu, enquanto nove cresceram e três registraram estabilidade. A principal influência positiva veio de madeira (120%), seguida de máquinas e equipamentos (7,7%) e couro e calçados (4,1%). Por sua vez, produtos alimentícios (-15,8%), produtos químicos (-17,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-16,7%) exerceram as maiores contribuições negativas.
As importações totais diminuíram 9,6%, somando US$ 725 milhões. Os dois setores ligados à indústria – bens intermediários e de capital – sofreram quedas de 22,2% e 6,8%, respectivamente. Por outro lado, bens de consumo (57,5%) e combustíveis e lubrificantes (9,4%) avançaram.
No acumulado de janeiro a outubro, as exportações gaúchas, de um total de US$ 13,7 bilhões, caíram 9%. Nesse mesmo período, a indústria registra queda um pouco menos intensa (-7,8%), totalizando US$ 9,8 bilhões.