Após a primeira grande carga de material desembarcar em Rio Grande, no sul do Estado, em setembro, chegou o momento das contratações de mão de obra para que sejam iniciadas as obras de construção e montagem dos módulos das Plataformas P-75 e P-77, no Estaleiro Honório Bicalho. Mesmo que as vagas sejam preenchidas de maneira gradual, conforme a necessidade de cada fase de andamento da construção, a empresa estima a geração de aproximadamente 4,5 mil empregos diretos e indiretos.
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A QGI Brasil anunciou que, além dos 300 funcionários que vinham "executando serviços administrativos, planejamento, engenharia, suprimentos, logística e preparação e manutenção do Estaleiro", mais 1,2 mil pessoas serão contratadas ao longo da execução da obra, totalizando 1,5 mil novos empregos diretos. Como a Petrobras tem pressa na entrega das plataformas, que serão usadas na exploração da área do pré-sal, a perspectiva é de que o trabalho seja finalizado em 2018, conforme a coluna +Economia.
Em nota, a empresa reiterou que em "um momento de grandes conturbações políticas e econômicas no nosso país, o início dessa obra em Rio Grande é um verdadeiro privilégio para a Cidade e para a QGI Brasil e contribuirá diretamente para o Desenvolvimento Econômico e Social da região e do município". Além disso, promete dar prioridade à mão de obra local, estendendo a mesma recomendação a todos os prestadores de serviços em Rio Grande.
Previsto inicialmente para gerar 4 mil empregos diretos, o contrato das duas plataformas foi alvo de longa disputa entre a empresa e a Petrobras por conta de pedidos de aditivos. A solução foi levar parte da encomenda para a China, o que reduziu a projeção de vagas de trabalho no Estado para as cerca de 1,5 mil.
No documento, a QGI Brasil afirma que ''sempre se destacou pela grande parceria mantida com a comunidade rio-grandense e pela valorização de sua mão de obra''. No mesmo comunicado, ainda faz menção ao período crítico vivido na cidade, afirmando crer que ''o reinício de nossas operações de construção em Rio Grande será visto no futuro, como o ponto de partida para um novo ciclo virtuoso da economia local e para a indústria naval offshore no Brasil".
No entanto, as vagas oferecidas estão aquém da necessidade do município, que atualmente tem 13 mil metalúrgicos, 7 mil dos quais desempregados. Em 2013, havia em Rio Grande 24 mil funcionários do setor empregados, muitos de fora do Estado. Com a crise de 2014, cerca de 11 mil deixaram a cidade em busca de trabalho.
– O impacto vai ser positivo, mas vai se iniciar uma guerra atrás dessas vagas. É muito menos do que precisamos ou merecemos, mas para quem tinha perdido tudo já é uma vitória – disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande, Benito Gonçalves.
TIRE SUAS DÚVIDAS
Qual é o salário médio para esses 1,5 mil contratados?
Como as vagas são para diversas funções, não é possível estipular exatamente o salário de cada trabalhador, mas, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande, Benito Gonçalves, deve variar de R$ 1,3 mil a R$ 4 mil.
Qual é o perfil buscado pela empresa?
Trabalhadores de nível técnico, a maioria soldadores e esmerilhadores.
Como se candidatar?
Pretendentes devem enviar currículo para rh@qgibrasil.com.br. As contratações já estão em andamento.
Serão 1,5 mil contratados ao mesmo tempo, no ápice da produção?
Não. As vagas serão abertas e fechadas ao longo da execução, conforme a necessidade de mão de obra em cada etapa.
Qual será o tempo de cada contrato?
Irá variar conforme a duração da etapa para qual o funcionário foi contratado. Porém, a previsão é que a obra se estenda até 2018.
Serão contratados trabalhadores de Rio Grande ou de outros lugares?
Na cidade há fartura de mão de obra qualificada. Com isso, a empresa irá priorizar trabalhadores locais, buscando em outros lugares apenas funcionários com qualificação inexistente no município.
Quais são as projeções para próximos projetos?
Não há projeção para novos projetos. Vai depender do aquecimento da economia da indústria naval.
Quantas pessoas atualmente trabalham no setor em Rio Grande?
Há em torno de 13 mil metalúrgicos em Rio Grande. Desses, 6 mil estão trabalhando e o restante, 7 mil, encontram-se desempregados.