O relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira apresenta uma leve mudança para a projeção de inflação em 2016. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para este ano passou de 7,36% para 7,34%. Há um mês, a projeção era de 7,31%. Já para 2017, a previsão de inflação foi mantida em 5,12%, mesmo patamar registrado há quatro semanas.
No dia 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação em agosto foi de 0,44%. Houve desaceleração ante a taxa de 0,52% de julho, resultado influenciado pelas quedas do feijão e da batata.
Em 2016, o IPCA acumula 5,42%. Já em 12 meses, a taxa subiu de 8,74% para 8,97% – ainda mais distante da meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,5% para este ano, com tolerância de até 2 pontos porcentuais. Para 2017, a meta também é de 4,5%, com margem de 1,5 ponto porcentual.
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Elevação do dólar
Para o final de 2016, o mercado prevê que a cotação do dólar estará em R$ 3,30, acima dos R$ 3,25 da projeção da semana anterior. Há um mês, no entanto, a previsão também estava em R$ 3,30.
Já o câmbio médio estimado para 2016 passou de R$ 3,44 para R$ 3,45 – um mês antes, estava em R$ 3,43.
Em relação ao fim de 2017, a estimativa do mercado é que a moeda norte-americana esteja cotada em R$ 3,45 – mesma projeção da última semana. Já o câmbio médio de 2017 passou de R$ 3,38 para R$ 3,39.
Retração menor do PIB
O relatório Focus reduziu a previsão de retração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 para 3,15%. Na semana passada, a projeção era de queda de 3,18%. Já há quatro semanas, a estimativa era ainda mais negativa, com recuo de 3,20%.
Para 2017, o cenário é mais favorável, com perspectiva de PIB positivo. O mercado prevê um crescimento de 1,36% no próximo ano, superior à alta de 1,30% projetada uma semana antes. Há um mês, estava em 1,20%.
No segundo trimestre de 2016, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro recuou 0,6% ante o primeiro trimestre do ano e teve retração de 3,8% ante o segundo trimestre de 2015. No ano, o PIB acumula baixa de 4,6% e, em 12 meses, recuo de 4,9%.
Taxa básica de juros estável
Ainda sob influência da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC e dos dados mais recentes de inflação do IBGE, os economistas do mercado financeiro mantiveram as previsões para a taxa básica de juros em 2016 e 2017. A mediana das expectativas para a Selic em 2016 seguiu em 13,75% ao ano. Já a taxa básica para o fim de 2017 permaneceu em 11% ao ano. Há um mês, as projeções também eram as mesmas.
Na última ata do Copom, o colegiado condicionou o corte de juros a três fatores que "permitam maior confiança no alcance das metas para a inflação": a limitação do choque dos preços dos alimentos, a desinflação de itens do IPCA em velocidade adequada e a redução das incertezas sobre o ajuste fiscal.