O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Caxias do Sul, que valida a flexibilização de jornadas de trabalho das empresas, aponta uma redução de 40% na renovação de acordos no segundo trimestre deste ano. Segundo o presidente interino do sindicato, Claudecir Monsani, a maior diminuição foi sentida a partir de maio.
Em alguns casos a flexibilização é deixada de lado por retomada de produção, mas em outros pode significar também a desistência das empresas em manter empregos. O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), Reomar Slaviero, alerta: a capacidade ociosa ainda é alta, em torno de 60%.
Um caso positivo é o da Marcopolo. A montadora de ônibus aprovou flexibilização de jornada em maio, porém não precisou parar a produção em nenhum dia até agora. Embora o balanço do segundo trimestre não tenha sido divulgado, o fato de não paralisar é visto como um bom sinal, ainda mais por servir de termômetro da economia caxiense, já que muitas empresas menores orbitam ao seu redor. Conforme a Marcopolo, a produção ainda foca muito no mercado externo e o Brasil ainda tem fraca demanda.
Quem não tem as exportações como foco acaba sofrendo mais. A queda de 35% nas vendas da MA Acessórios, fabricante de itens para motos, como bagageiros e escapamentos, mostra o lado negativo de não renovar a flexibilização de jornada. A metalúrgica de médio porte, sediada no bairro São Ciro, encerrou em junho o acordo de paralisação de produção, que durou quatro meses. De acordo com Lucas Buffon, gerente-geral da empresa, sem sinal de melhora no mercado interno, a decisão foi demitir sete trabalhadores. Em 2012 a empresa tinha 70 funcionários e agora está com 24.