Diante da disparada da bolsa brasileira em 2016 e das perspectivas ainda positivas, cabe a pergunta: para quem está fora da bolsa, vale ainda a pena entrar, uma vez que é um investimento de risco? Celso Grisi, professor da FIA, da USP, desaconselha precipitação.
– Pense em fazer investimento de olho no longo prazo, em empresas com potencial de valorização e que distribuam bons dividendos – diz Grisi, que recomenda cautela à espera de sinais mais claros de recuperação da economia do país.
Para Frederico Sampaio, diretor de renda variável da Franklin Templeton, é uma decisão pessoal, que depende do perfil e da capacidade de aceitar os riscos.
– O mercado vive de antecipação. Quando o quadro parecer completamente seguro, ainda não estará 100% precificado, mas o preço vai ser outro – pondera Sampaio, lembrando da máxima de que os ganhos são proporcionais aos riscos.
O perfil do investidor também é considerado importante por Celson Plácido, da XP Investimentos. Para quem se considera como moderado ou agressivo, seria o momento de colocar parte do capital em ações, avalia o especialista. O problema, aponta, é que o brasileiro é muito movido pelo fator psicológico, o que pode levar a armadilhas.
– Quando a bolsa chegou a 73 mil pontos, todo mundo era agressivo. E aquela era a hora de reduzir exposição à bolsa. Hoje, todo mundo é conservador – observa.
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Leandro Ruschel, da Liberta Global, lembra que as incertezas naturais da bolsa costumam assustar os pequenos investidores, mas considera "interessante", aos poucos, diversificar as aplicações. Para ele, a onda global de juros reais baixos vai um dia aportar ao Brasil e, quando isso acontecer, a pessoa física também será empurrada para investimentos de risco. Por isso, o conselho de Ruschel é estudar o mercado acionário para estar preparado quando esse momento começar.
– Para aqueles que querem estudar e se especializar, a bolsa sempre oferece ótimas oportunidades para ganhos, pois pode operar tanto na compra quanto na venda, podendo gerar ganhos até mesmo nas quedas.
