A estimativa de instituições financeiras para o encolhimento da economia brasileira neste foi levemente ajustada. Com isso, a projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 3,86% para 3,88%. A previsão integra o Relatório Focus, feito todas as semanas pelo Banco Central (BC) com instituições financeiras.
Se a expectativa se confirmar, a economia terá piora ante a retração registrada em 2015, que foi de 3,8%. Além disso, o PIB terá a maior retração desde 1990, quando recuou 4,35%.
Se a previsão de uma nova baixa neste ano for ratificada, também será a primeira vez que o país registrará dois anos seguidos de recuo econômico – a série histórica do IBGE começou em 1948. Para 2017, conforme o Relatório Focus, a estimativa de crescimento do PIB foi mantida em 0,50%.
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Inflação e Selic
A previsão de instituições financeiras para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi mantida em 7% para 2016. Em relação a 2017, a estimativa para o IPCA foi reduzida de 5,62% para 5,50%, no sexto ajuste consecutivo.
As expectativas estão acima do centro da meta de 4,5%. O limite superior da meta de inflação é 6,5% neste ano e 6% em 2017. É função do Banco Central fazer com que a inflação fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic.
Quando o Comitê de Política Monetária do Banco Central aumenta a Selic, busca conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
O BC tem de encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a Selic, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
A projeção das instituições financeiras para a taxa básica de juros, ao final de 2016, foi mantida em 13% ao ano. Para o fim de 2017, a expectativa passou de 11,75% para 11,50% ao ano. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano.
A pesquisa semanal do BC também traz a mediana das expectativas para a inflação medida Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 7,03% para 7,10% em 2016. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa foi ajustada 7,35% para 7,34%, este ano.
A projeção da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) passou de 7,04% para 7,14% em 2016. Já a estimativa para a cotação do dólar segue em R$ 3,70 ao fim deste ano e em R$ 3,90 no fim de 2017.