A agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating de longo prazo do Brasil de BB+ para BB, com a perspectiva ainda negativa. A Fitch diz que o rebaixamento reflete a contração econômica mais profunda que a prevista, o fracasso do governo em estabilizar a perspectiva para as finanças públicas, o prolongado impasse legislativo e a elevada incerteza política, que afetam a confiança doméstica e minam a governabilidade, bem como a eficácia da política.
"A manutenção da perspectiva negativa reflete a prolongada incerteza em relação ao progresso que pode ser feito para melhorar a perspectiva para o crescimento, as finanças públicas e a trajetória da dívida do governo", afirma a agência.
Segundo a Fitch, as perspectivas de crescimento do país no curto prazo continuaram a piorar, desde o rebaixamento anterior do rating do Brasil, em dezembro de 2015.
"A agência agora prevê que o crescimento ficará em -3,8% em 2016 e em +0,5% em 2017, abaixo da previsão de dezembro de -2,5% e +1,2%, respectivamente", diz o comunicado.
A Fitch diz que a "profunda contração econômica" reflete o alto nível de incerteza política, a confiança deprimida, a piora no mercado de trabalho e fortes ventos contrários, com os preços mais baixos das commodities, diante da desaceleração da China, e também as condições de financiamento externo mais apertadas. As perspectivas para o médio prazo parecem igualmente contidas, segundo a agência, já que a taxa de investimento tem recuado nos últimos anos e reformas microeconômicas para melhorar a competitividade e o ambiente para os negócios não representaram progresso significativo.