O nível de endividamento das famílias gaúchas chegou a 63,2% em fevereiro, contra 50,9% registrados no mesmo período do ano passado. O índice integra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada nesta segunda-feira pela Fecomércio-RS.
"A expansão do percentual de gaúchos endividados verificada nos últimos meses foi a esperada diante do atual quadro da economia brasileira, permanecendo, no entanto, em patamar inferior ao de 2010 e 2011, quando o índice superou 70%", avaliou, em nota, o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn.
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Conforme a Fecomércio-RS, a queda do emprego, a redução da renda e a inflação elevada são os elementos que determinaram o crescimento das dívidas.
"A desaceleração recente do consumo e do crédito, associada à inflação elevada, ao aumento de juros, à diminuição da confiança das famílias e ao aumento da precaução do lado da oferta, tem impactado na busca por crédito", ponderou Bohn.
A pesquisa divulgada nesta segunda-feira também mostra que a parcela da renda comprometida com dívidas cresceu na média de 12 meses, passando de 31,5%, em janeiro de 2016, para 31,8%, em fevereiro deste ano. O tempo de comprometimento, ainda na média de 12 meses, permaneceu em 7,7 meses.
De acordo com o levantamento, o cartão de crédito segue como o principal meio de dívida dos gaúchos, apontado por 80,7% dos endividados, seguido por carnês (26,8%), crédito pessoal (13,4%) e cheque especial (11,8%).
Na comparação com fevereiro do ano passado, o percentual de famílias com contas em atraso avançou de 17,6% para 28,7%. Além disso, conforme a Fecomércio-RS, a média de famílias que não terão condições de regularizar nenhuma parte de suas dívidas em atraso no prazo de 30 dias avançou para 10,1% neste mês, contra 8,5% do segundo mês de 2015.