Após a divulgação da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar, nesta quarta-feira, a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,25% ao ano. a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) emitiu uma declaração do presidente da entidade, Heitor José Müller, afirmando que a decisão do conselho penaliza o setor produtivo.
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"O Brasil passa por um momento de ajuste necessário, mas um novo aumento na taxa de juros continuará a penalizar o setor produtivo. Na tentativa de equilibrar a economia, estamos observando o governo federal adotar políticas contracionistas em um ambiente de queda da produção e de aumento do desemprego. Se as projeções de perda do grau de investimento pelo país se confirmarem, o cenário econômico com juros e inflação elevados impedirá ainda mais a retomada da atividade econômica"
O presidente da Fiergs salientou ainda que o cenário macroeconômico nacional vem se deteriorando. No acumulado de 12 meses, a produção industrial brasileira teve retração de 5,3% e as vendas do comércio varejista recuaram 5%. No mercado de trabalho, a situação é similar. Em junho, por exemplo, foram fechadas 111,2 mil vagas, enquanto no mesmo mês de 2014 houve a criação de 303,5 mil postos.
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Com o reajuste, a Selic atinge o maior nível desde 2006. A taxa é o principal instrumento do BC para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
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A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.