Como se esperava, veio a moratória grega. Serão dias de filas nos caixas automáticos no país, turbulência e incertezas no resto do mundo. O governo grego sabe que precisa se esforçar para evitar a saída da zona do euro. E se movimenta para isso até domingo, data do referendo que pode até ser suspenso.
De volta à batalha das Termópilas, diante do poder do exército inimigo, que ameaçava cobrir o sol com suas flechas, o espartano Leônidas teria respondido "melhor, lutaremos à sombra".
A Europa joga com seu poder de fogo, é certo, mas a Grécia pagará caro também uma eventual volta ao dracma, que o próprio primeiro-ministro, Alexis Tsipras, disse querer evitar pelo seu alto custo.
As projeções, caso a Grécia seja obrigada a abandonar a zona do euro, são de reestreia de uma moeda nacional desvalorizada, com consequente inflação ao redor de 40%, fuga de capitais, aumento da inadimplência, queda de um terço do PIB que já encolheu um quarto nos últimos quatro anos. E tudo isso culminaria em aumento da dívida pela desvalorização do dracma.