Depois de receber críticas de membros do PT de que houve falha na sua comunicação para explicar o ajuste fiscal para a população, a presidente Dilma Rousseff, em evento promovido pelo PCdoB, em São Paulo, afirmou na noite desta sexta-feira que o governo "não está aumentando impostos". O ajuste inclui a MP 668, aprovada pelo Senado na quinta-feira e que eleva as alíquotas da PIS/Pasep e da Cofins sobre produtos importados.
- Conseguimos aprovar as MPs que precisávamos e agora precisamos aprovar o PL (projeto de lei) que reduz a desoneração da folha, mas nós não estamos com isso aumentando imposto - afirmou Dilma.
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Segundo a presidente, as MPs 664 e 665, que alteram benefícios trabalhistas, são apenas "correções de rumo", mas o projeto de lei das desonerações é "crucial" para o sucesso do ajuste fiscal do governo.
- Esse projeto é crucial e é ele que dá a maior parcela do ajuste - disse.
A presidente lembrou que o projeto gerou perdas de R$ 25 bilhões em arrecadação e que o projeto, se aprovado, vai reduzir as perdas para R$ 12 bilhões.
Dilma garantiu que o governo vai manter seus projetos sociais, como o Minha Casa, Minha Vida. E reforçou que política de subsídios do governo não acabou, apenas terá uma menor escala.
- Agora temos que reequilibrar o fiscal - reforçou.
Apesar de reconhecer que o país enfrenta um momento difícil, Dilma afirmou que o Brasil vai continuar avançando e os resultados vão aparecer.
- Há uma agenda de futuro simultaneamente à do ajuste fiscal - acrescentou, ressaltando que essa agenda ainda está sendo construída e que ela deve ser feita de forma "cuidadosa". - O Brasil vai continuar avançando, em que pese toda a dificuldade e turbulência politica provocada pelo acirramento do que foi essa terceira eleição - disse, para depois corrigir: - A quarta, pois a terceira foi mansa.
Dilma avaliou que a reforma política é fundamental para fortalecer os partidos e defendeu o fim do financiamento empresarial de campanha.
- Considero que temos que introduzir na Constituição o fim do financiamento empresarial. Temo que isso esteja seja postergado - reforçou.
Em seu discurso, Dilma voltou a afirmar que a Petrobras "virou a página dos processos de corrupção que a atingiram profundamente" e disse que a aprovação e divulgação do balanço foi uma comprovação de que a estatal agora já vive uma nova etapa. Ela fez uma longa defesa do programa de conteúdo nacional, afirmando que foi o responsável pela criação de muitos empregos no país.