O dólar registrou nesta quarta-feira a sexta queda em sete pregões e fechou o dia cotado a R$ 3,0565, baixa de 2,48%. A recente desvalorização da moeda americana frente ao real - impulsionada por uma melhora no clima político em Brasília - ganhou novo fôlego diante da possibilidade de que a alta dos juros nos Estados Unidos ocorra mais tarde do que o esperado.
Pela manhã, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) divulgou a ata da última reunião realizada pela cúpula do órgão. No documento, ficou claro que, apesar das declarações da presidente Janet Yellen, a alta dos juros básicos do país em junho não é unanimidade entre os diretores. O documento mostrou os membros divididos entre elevação em junho, setembro e até mesmo 2016.
ZH explica: porque a alta do juro nos EUA faz o dólar subir?
Também pesou para a queda do dólar a indicação do vice-presidente Michel Temer (PMDB) para assumir a articulação política entre o governo e o Congresso Nacional. A incumbência caberia ao ministro das Relações Institucionais, mas a pasta foi extinta após a saída de Pepe Vargas (PT-RS), que deverá assumir os Direitos Humanos. Na visão do mercado financeiro, com a mediação de Temer, ficaria mais fácil para o governo aprovar as medidas necessárias para implementar o ajuste fiscal na economia.
Com a queda desta quarta, o dólar acumula baixa de 4,22% em abril. No ano, contundo, há valorização de 14,96%
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Bolsa fecha em queda
Pelo lado da bolsa de valores, o dia também foi de queda. O Ibovespa, principal índice de ações do país, caiu 0,13%, aos 53.661 pontos. Além da ata do Fed e da indicação de Temer, os investidores repercutiram o resultado de IPCA de março, divulgado nesta quarta pelo IBGE.
A inflação oficial do país disparou 1,32% no mês passado, acumulando alta de 8,13% em 12 meses. Esse é o maior patamar do índice desde dezembro de 2003.