O juiz Flávio Roberto de Souza, titular da 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro, usou o Porsche Cayenne de Eike Batista, apreendido com outros cinco veículos na casa do empresário em operação da Polícia Federal. A informação foi tornada pública na manhã desta terça-feira pelos jornais O Globo e O Estado de S.Paulo.
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As equipes dos dois diários souberam da situação por meio do advogado Sérgio Bermudes, responsável pela defesa de Eike. O Porsche Cayenne turbo, com placas DBB 0002, ainda foi visto por uma equipe do Broadcast, serviço de informações em tempo real da agência Estadão Conteúdo, sendo dirigido pelo magistrado durante a manhã desta terça-feira, próximo à sede do Tribunal Regional Federal.
A caminhonete não está na lista dos cinco carros do empresário que deveriam ser vendidos durante a semana - o leilão foi suspenso na tarde desta terça-feira. Em resposta às reportagens, o juiz afirma que levou o veículo para a garagem do seu prédio, na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio, por falta de vagas no pátio da Justiça Federal e por causa da lotação do depósito da Polícia Federal.
- O carro estava em depósito na garagem fechada desde o dia em que foi apreendido até hoje. Ele nunca foi usado e só veio hoje para o pátio da Justiça porque entrará no próximo leilão e ficará exposto para os interessados - afirmou Souza.
Na sexta-feira passada, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em duas casas de Eike Batista. A ordem faz parte da decisão de bloquear ativos financeiros e bens móveis e imóveis de Eike e seus familiares no valor de R$ 3 bilhões.
O juiz Souza justificou o bloqueio dos bens dizendo que o empresário passou a fazer doações a parentes depois que as suas empresas entraram em crise. Segundo o magistrado, Eike doou seis imóveis e milhões de reais. Apenas Thor, filho de Eike, recebeu R$137 milhões. Os agentes da PF apreenderam seis carros, o celular do próprio Eike, entre outros bens.