Passada a ressaca de Ano Novo, o mercado financeiro brasileiro começa a entrar de vez em 2015. E o segundo pregão do ano, nesta segunda-feira, dá sinais de que os primeiros meses serão complicados para investidores. Após despencar 3% na sexta-feira passada, a Bolsa de Valores de São Paulo voltou a cair, e fechou o dia aos 47.516 pontos, queda de 2,05%. Com forte influência do cenário externo, o dólar subiu 0,6% ante o real, e encerrou cotado a R$ 2,7087.
Os principais destaques negativos na bolsa brasileira foram, novamente, os papéis da Petrobras, que caíram mais de 8% na sessão. Com a derrocada, o preço do ativo está no menor patamar em 10 anos.
Além da nova denúncia divulgada no jornal O Globo de que a estatal teria criado uma companhia de fachada para construir uma rede da gasodutos, as ações da petrolífera foram afetadas pelas quedas no preço do petróleo. Nesta segunda-feira, tanto em Londres quanto em Nova York, as cotações da commodittie caíram a patamares historicamente baixos.
Desde junho do ano passado, quando estava acima dos US$ 100 por barril, o preço do petróleo no mercado internacional vem despencando e causando instabilidade nas principais bolsas globais. A queda ocorre, principalmente, pelo excesso de oferta da matéria-prima e da recusa dos países produtores em reduzir suas exportações.
No cenário externo também pesaram os rumores sobre uma possível saída da Grécia da zona do euro. Os investidores estão na expectativa das eleições gregas, que serão realizadas no dia 25, e podem levar ao poder opositores ao programa de ajuste e aos termos do resgate internacional pelo qual o país passa.
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As incertezas na Europa contribuíram para a alta do dólar em relação a divisas no mundo inteiro, inclusive por aqui.
Ainda no câmbio, o mercado brasileiro segue se ajustando à redução das vendas de contratos de swap cambial pelo Banco Central (BC), que equivalem a venda da dólares no mercado futuro.
Por aqui, Barbosa, Levy e balança
No cenário nacional, as notícias recentes não contribuíram para frear o pessimismo que vem de fora. No sábado, após afirmar que o cálculo de reajuste do salário mínimo mudaria a partir de 2016, numa medida para reduzir as despesas do governo, o novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, voltou atrás. O recuo foi desaprovado pelo mercado, que aguarda ações concretas da nova equipe econômica para aumentar o controle fiscal e equilibrar as contas públicas
A segunda-feira foi marcada pela cerimônia de posse de Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda. Embora não tenha anunciado nenhuma medida concreta, Levy indicou os nomes que irão compor sua equipe pelos próximos quatro anos. Entre as mudanças, Marcelo Saintive irá assumir como secretário do Tesouro Nacional - cargo que era ocupado por Arno Agustin.
No que se refere à resultados, a principal notícia foi a divulgação do resultado da balança comercial de 2014. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pela primeira vez desde 2000, as importações superaram as exportações no acumulado de 12 meses. O déficit no período ficou em US$ 3,9 bilhões.
*Zero Hora com agências