Sem apoio do governo do Estado, a proposta de um novo aeroporto na região metropolitana de Porto Alegre pode não decolar. Com a ampliação da pista do Salgado Filho em 920 metros quase no esquecimento e o tráfego de passageiros em expansão, a construção de um terminal em Nova Santa Rita ganhou espaço no governo Tarso Genro. Para o projeto avançar, é necessário o suporte estadual, informa a Secretaria de Aviação Civil, agora sob o comando do gaúcho Eliseu Padilha.
Gargalos da infraestrutura travam o RS
Rio Grande do Sul gera até 63% da energia que consome
A falta de estrutura do atual aeroporto para receber aeronaves de grande porte, principalmente aviões de carga que levam produtos gaúchos a destinos mais distantes, é apontada como uma das razões da perda de competitividade das encomendas produzidas aqui. Como é obrigada a ir de caminhão até São Paulo, enfrentando estradas esburacadas e em péssimas condições, a mercadoria encarece. A saída mais óbvia é ampliar a pista e finalizar a demorada construção do terminal de cargas.
O que poderia ser a solução para o problema também traz complicações. Especialistas têm dúvidas se o Estado teria capacidade de abrigar dois aeroportos de grande porte tão próximos.
Estudo encomendado pelo governo estadual e entidades empresariais à consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) indica que o Salgado Filho teria de fechar para que o novo aeroporto fosse viável economicamente. Uma escolha com alto teor polêmico que passa pelo crivo do novo governador.
- Aeroportos do mundo demoram em média 20 anos para ficarem prontos. Estamos há pelos menos 15 esperando a ampliação de um quilômetro na pista. Se for começar, tem de ser agora. Ao mesmo tempo, não dá para discutir a construção de um novo terminal sem falar em melhorias para o Salgado Filho - afirma o presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura e integrante da Agenda 2020, Paulo Menzel.