Com o fato de o Brasil crescer muito pouco e a inflação ainda permanecer em alta, há uma chuva volumosa de críticas dos empresários à política econômica do governo federal. Nesta terça-feira, ao ler na coluna as ácidas observações de Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, contra o governo, José Antônio Martins, diretor da Marcopolo, pediu para respondê-las em encontro do Conselhão do governo gaúcho.
- Não gostei da colocação do Franco no Fórum da Liberdade. Se o negócio fosse tão ruim, ele não teria a empresa boa que tem. O país não está na situação ideal, mas o governo segue a política de investimento, inclusive mudou a estratégia de privilegiar o consumo.
Martins foi além. Está convicto de que as privatizações andaram, mas a infraestrutura não se faz em um dia ou um ano. Para ele, é hora de varrer o pessimismo: a produção industrial e a arrecadação cresceram e a taxa de desemprego é muito baixa. Isso sem falar que o crédito subiu 14,7%, o que exige "muita confiança" para liberar esse volume de recursos.
No encontro, Mauro Knijnik, secretário do Desenvolvimento, optou pela mesma linha:
- Os críticos de hoje foram alvo das mesmas críticas antes. Se estiveram no governo, por que não resolveram os problemas que cobram agora, como se fossem novos? E não me parece que o nível de confiança dos investidores no Brasil esteja tão baixo assim: basta ver os bons dados da Sala do Investidor do governo gaúcho.