Empresários do setor de energia eólica no Estado viraram o ano de mau humor com o atraso no licenciamento de novos parques. Projetos que passaram por leilões em 2011 e deveriam por contrato começar a gerar ainda em 2014 sequer receberam a licença de instalação para começar as obras.
- E não são um ou dois parques. São vários. Cerca de 200 megawatts - reclama Ricardo Rosito, presidente do Sindicato das Empresas de Energia Eólica do Rio Grande do Sul.
O problema, aponta Rosito, é a demora para a liberação das licenças da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a vinculação entre as duas. A origem da dificuldade, assegura o dirigente, não está na qualidade dos estudos ambientais.
- O investidor não vai fazer um licenciamento meia-boca porque custa muito pouco em relação ao todo - argumenta.
A entidade avalia que a demora das licenças é uma das razões para a perda de espaço do Rio Grande do Sul para o Nordeste nos últimos leilões. Levantamento da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) indica que, hoje, o Estado é o segundo em geração de energia a partir dos ventos, com potência instalada de 460 megawatts (MW), atrás apenas do Ceará. Até 2018, porém, mesmo chegando a 1.978 MW, Bahia e Rio Grande do Norte vão passar à frente.