Depois de protagonizar dias de tensão no Congresso americano nos últimos dias, representantes do Partido Republicano (de oposição ao governo de Barack Obama) já admitem que não conseguirão fazer as mudanças desejadas no programa de saúde do presidente, tema central no impasse político que deixou o país perto de um calote histórico. Nesta quarta-feira, os líderes republicano e democrata do Senado chegaram a um acordo, que deve ser votado pelos congressistas das duas casas.
O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, afirmou, em entrevista ao The New York Times, que os republicanos não pretendem barrar a votação da proposta esboçada no Senado. Apesar do anúncio, ainda há margem à dúvida sobre o comportamento da oposição na Câmara, porque a autoridade de Boehner foi questionada na terça-feira, quando um acordo paralelo costurado por ele acabou fracassando antes sequer de ser anunciado publicamente. O líder ressaltou, contudo, que os republicanos deverão continuar lutando contra a reforma no sistema de saúde e o aumento dos gastos públicos.
- Nós lutamos uma boa luta, mas não vencemos - disse Boehner ao NYT.
Conforme o acordo feito por líderes no Senado, o governo seria financiado de maneira mais modesta até 15 de janeiro em troca de corte de gastos que entrariam em vigor em março. O teto da dívida seria elevado até fevereiro, e novas negociações envolvendo o orçamento federal dos próximos 10 anos prosseguiriam até 13 de dezembro.
Um porta-voz da Casa Branca afirmou que o presidente Obama apoia a proposta negociada pelos senadores e pede que seja votada nas duas casas "o mais rápido possível". Ele também afirmou que o acordo cumpre o necessário para retomar os serviços públicos paralisados e acabar com a ameaça de um calote americano à economia global.
A perspectiva de um acordo teve impacto imediato no mercado financeiro. No Estados Unidos, Wall Street consolidou ganho de 1,36% e, no Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), depois de subir até 3,15% e operar acima de 56,7 mil pontos, fechou com alta de 1,8%.