Apesar das universidades de ponta e de polos de desenvolvimento tecnológico, a capital gaúcha está bem atrás de outras cidades brasileiras que se empenham em criar versões locais do Vale do Silício. Porto Alegre ainda não consegue replicar o ambiente de negócios que já é visto algum tempo em São Paulo, Belo Horizonte, Maceió e Recife, por exemplo. O motivo, segundo Diego Remus, da Startupi, seria a própria natureza do empreendedorismo que nasce aqui. Grande parte das startups estão vinculadas a incubadoras, que pouco interagem entre si. Na prática, o que se vê são pequenos polos, desenvolvendo negócios nas áreas em que a instituição têm excelência acadêmica. As iniciativas independentes, até o momento minoria, sofrem ainda mais com a falta de interação.
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Porto Alegre tem vocação para inovar?
Um projeto coordenado pelo gabinete de Inovação do município quer mudar esse cenário até 2015. A proposta, desenvolvida em conjunto com as universidades, é criar uma rede interligada de empresas inovadoras. O primeiro passo é a doação de um terreno público - o local ainda não foi definido - para reunir as startups.
- Temos que derrubar os muros entre as instituições de ensino. Para isso, nada melhor do que criar um ambiente próprio. A ideia é estimular negócios. Ser a ponte entre o meio acadêmico e o mercado - diz a coordenadora-geral do gabinete, Deborah Villela.
Tiago Totti, sócio fundador da Piggli, startup que desenvolveu uma plataforma de presentes online, afirma que o relacionamento entre as empresas é bastante restrito em Porto Alegre:
- A infraestrutura e a assessoria que a Raiar (incubadora da PUCRS) nos proporciona é importante, claro. Mas o principal, sem dúvidas, é a rede de contatos. Faltam eventos onde você possa conhecer outras iniciativas, trocar telefone e, quem sabe, encontrar um investidor.
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A avidez por fazer negócios, aliás, é uma das características em comum dos jovens empreendedores. A turma, que chegou tímida para a produção da foto de capa desta edição, em pouco mais de 15 minutos já estava completamente entrosada, trocando cartões e informações a respeito das empresas. No encontro, Totti e o sócio Felipe Dornelles conheceram o fundador de uma outra startup que trabalha com mídias sociais.
- Pode ser que uma parceria saia daí - conta Totti.