A modesta alta de 0,08% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em agosto ante julho sugere que o indicador deve subir 0,5% em setembro, afirmou nesta quarta-feira, o economista-chefe da consultoria MCM, Fernando Genta. Segundo o analista, essa evolução do IBC-BR consolida a avaliação de que o Produto Interno Brasileiro (PIB) no terceiro trimestre deve apresentar queda entre 0,3% e 0,5%.
De acordo com Genta, essa faixa de retração do PIB entre julho e setembro deve ser provocada por uma baixa de 1,1% do PIB industrial afetado em boa parte pela formação de estoques no segundo trimestre. A agropecuária deve ter recuo de 4,3% no mesmo período, em comparação, especialmente, por causa dos fortes resultados registrados em todo o primeiro semestre deste ano. Já os serviços devem apresentar uma elevação modesta de 0,5%, enquanto os investimentos devem exibir uma contração de 1%.
Segundo o economista-chefe da consultoria MCM, tanto a retração do setor manufatureiro quanto da formação bruta de capital fixo devem ser influenciadas de forma expressiva pela queda na confiança de consumidores e empresários, o que teria como um dos fatores as manifestações populares por melhores serviços públicos em várias capitais ocorridas em junho.
Para o quarto trimestre de 2013, Fernando Genta trabalha com um cenário um pouco melhor para o nível de atividade, o que deve levar o PIB para uma alta de 0,8% em relação aos três meses anteriores. E isso deve ocorrer em função de alguns elementos: o PIB industrial deve ter alta de 1,1%, em grande medida pelo desempenho mais favorável do setor extrativo mineral, especialmente na área de petróleo.
Outro fator importante deve ser uma queda menor da agropecuária entre outubro e dezembro ante a que deve ser observada no terceiro trimestre, com contração de 1% no último trimestre deste ano.
- Esses dados sugerem que a economia terá duas velocidades no ano. No primeiro semestre, cresceu a um ritmo de 4,3% em termos anualizados, enquanto no segundo semestre a dinâmica foi bem menor, pois deverá ser de apenas de 0,6%, na mesma base de comparação - apontou Genta.
Em função desse quadro de intensa desaceleração da demanda agregada no segundo semestre do ano, o economista acredita que o Banco Central elevará os juros só mais 0,25 ponto porcentual na reunião que será encerrada no dia 27 de novembro. Ele estima que o PIB subirá 2,2% neste ano.
- Com um nível de atividade fraco, a Selic deverá ficar parada em 9,75% até o fim do próximo ano - projetou.