Os bons resultados obtidos com a soja no Estado movimentam a economia e consolidam uma transformação nos campos. O grão avança a passos largos no Rio Grande do Sul, inclusive - e sobretudo - em tradicionais redutos da pecuária de corte.
Exemplo disso aparece em São Luiz Gonzaga, nas Missões, onde a pecuária só fica sozinha em áreas onde o solo não permite lavouras de verão. Ou em raras escolhas feitas por produtores.
- Pecuarista que é só pecuarista tem muito pouco - afirma o presidente do sindicato rural local, Maurício Caíno.
O município cultiva cerca de 65 mil hectares de soja, dos quais 5 mil sobre áreas onde se cria gado. A maior parte dos produtores arrenda terra no verão - para o cultivo dos grãos - em troca de pastagem no inverno.
- O avanço é inevitável - constata o pecuarista Luiz Fernando Caetano Dorneles.
O desafio é fazer dessa integração lavoura-pecuária algo benéfico, inclusive para os índices de produção de terneiros, debate proposto pela 50ª Etapa do Fórum Permanente do Agronegócio, promovido pela Farsul, que chega nesta sexta-feira à cidade das Missões.
Nas duas áreas que formam a Fazenda Jaguassangó, Dorneles cria 700 cabeças de gado. Nos 585 hectares de Bossoroca, o solo não permite cultivar soja. Mas a parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS), que instalou no local uma unidade demonstrativa, está permitindo a melhoria de pastagens.
Nos 500 hectares em São Luiz Gonzaga, 20% são arrendados para lavouras de verão e reserva de pastagem de inverno. A paixão pela pecuária, que se transmite na família - a mãe Edith e o irmão Silmar também têm propriedades -, ganha um ingrediente novo, que está fazendo a vocação se transformar, para produzir um resultado melhor.