O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, afirmou nesta terça-feira, que as companhias do setor estão tentando se reestruturar para lidar com o aumento dos custos do petróleo e do câmbio, mas necessitam de medidas do governo para evitar uma subida dos preços das passagens.
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- Já começamos a repassar parte do custo para o preço das passagens e reduzir oferta de algumas rotas não sustentáveis. E já percebemos que parte dos passageiros começaram a voltar para o transporte de ônibus - afirmou, após reunião com o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco.
Segndo Sanovicz, com o dólar em alta, acendeu-se uma luz vermelha do setor e a tarifa média cobrada dos passageiros já subiu 4% nos últimos 40 dias.
- O ambiente de liberdade tarifária trouxe preços de passagens aéreas para baixo desde 2002, e até 2009 e 2010 esse modelo trouxe aumento de demanda, transformando modal em transporte de massa - afirmou.
Sanovicz detalhou que entre 55% e 57% da atividade área é dolarizada, sobretudo por conta dos custos com o combustível e o arrendamento de aeronaves. Ele explicou ainda que a fórmula de precificação da querosene de aviação não é relacionada com gasolina e diesel.
- O câmbio e o preço do petróleo geram uma situação complicada que se reflete nos balanços das cias aéreas. Para evitar retomada de preços de passagens de 10 anos atrás, empresas fazem reestruturação - acrescentou.
O presidente da Abear citou a situação da Gol, que conseguiu fazer uma economia de R$ 260 milhões no primeiro semestre, mas teve um custo adicional de R$ 340 milhões no mesmo período devido ao aumento do câmbio.
Medidas
Para evitar que as viagens fiquem ainda mais caras, a Abear apresentou uma série de pedidos ao ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco. Entre elas está a adoção de uma fórmula diferente para estabelecer o preço no Brasil do querosene usado nos aviões. A associação defende que a despesa das empresas com o combustível caia dos atuais 41% para o patamar internacional de 33%.
O ministro Moreira Franco disse "ver com dificuldade" o pleito por uma nova fórmula de cálculo do preço do combustível, que depende da Petrobras.
- Acho difícil que se avance nessa área - completou.
Outro pedido é que o governo isente as empresas do pagamento de duas tarifas, de navegação aérea e de aproximação.