Doces de diferentes cores estão espalhados em uma tela. Juntando três iguais, eles somem, dando lugar a novas guloseimas. E é só. Com a simplicidade de um tetris e cores vibrantes, o jogo Candy Crush conquistou o mundo. Disponível para smartphones, tablets e via Facebook, o game já tem mais de 9 milhões de usuários ativos diariamente e, somadas as horas de jogo de todos os usuários, já seriam mais de cem mil anos dedicados exclusivamente a Candy Crush. Mas como isso acontece?
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Para o especialista em jogos digitais Rafael Rodrigues, produtor executivo da Aquiris, é justamente a simplicidade o ingrediente secreto da receita de sucesso.
- São jogos bem rápidos, curtos, acessíveis de qualquer lugar e que são conectados com as redes sociais, adicionando um fator de interatividade com os amigos e famílias. É quase uma companhia para o jogador - analisa Rodrigues
Candy Crush não está sozinho na façanha de conquistar usuários que não são gamers tradicionais. Angry Birds, Temple Run e outros jogos simples para plataformas móveis já haviam conquista um público novo, mas nenhum deles de forma tão arrebatadora quanto o jogo dos doces. Prova disso é a forte adesão feminina. De acordo com a King, desenvolvedora do game, cerca de 70% dos clientes são mulheres, proporção pouco usual quando se fala de jogos mais pesados, para plataformas como Xbox, PlayStation e PC.
A estudande de Medicina Paula Blaya Rocha, de 21 anos, conta que começou a jogar de forma casual e, quando percebeu, estava viciada.
- Eu comecei jogando em uma aula da faculdade que eu não gostava e, quando vi, estava jogando até nas disciplinas que eu gostava e meu namorado reclamando do tempo que eu perdia jogando - relata Paula, que deixou de levar o tablet para a faculdade para evitar a distração.
Outro alerta importante é relação a possibilidade de gastos com o jogo. Existe um limite de cinco vidas, que são recarregadas com o tempo, com a ajuda de amigos, ou com a ajuda do cartão de crédito. As possibilidades de compra são sempre oferecidas aos poucos e por valores baixos, como US$ 0,99. Rafael Rodrigues explica que essa 'mina de ouro' do mundo dos games está sendo bastante explorada.
- É recente a estratégia de atrair o usuário a gastar aos poucos, mas funciona muito bem. Em um universo em que tu tem 100 milhões de usuários, se 3% quiserem investir, já são 3 milhões de pessoas gastando com o game - conclui.