Centenas de agricultores familiares protestam em frente ao prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Passo Fundo, no norte do Estado. Eles reivindicam o fim das demarcações de terras indígenas na região. Em todo o Rio Grande do Sul, índios e agricultores disputam cem mil hectares.
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Os produtores participaram do protesto no centro de Passo Fundo e caminharam até a Funai no final da manhã. Márcio Cassel, representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul do Brasil (Fetraf-Sul) em Sarandi, afirma que o grupo tinha a intenção de conversar com o coordenador da Funai, mas encontrou o prédio fechado. Eles devem permanecer no local até o final da tarde.
Agricultores de pelo menos 12 municípios da região participam do ato. Os produtores também realizaram um protesto em Sananduva, onde uma propriedade rural foi invadida por índios na segunda-feira. Os indígenas reivindicam agilidade no processo de demarcação, que está em andamento no município.
O conflito agrário no Estado:
- Em todo o Estado, os indígenas reivindicam cem mil hectares em novas áreas e ampliações de propriedades já delimitadas - o equivalente ao dobro do tamanho de Porto Alegre. Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul do Brasil (Fetraf-Sul), isso representaria o desalojamento de pelo menos 10 mil famílias de agricultores.
- As novas áreas e ampliações praticamente dobrariam as terras indígenas já regularizadas ou em regulamentação, contabilizadas em 108 mil hectares. No total, somariam mais de quatro vezes a dimensão da Capital.
- O Rio Grande do Sul é o Estado que apresenta o maior número de áreas indígenas sujeitas a conflito no país, conforme um levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). O relatório demonstra que 17 dos 96 territórios classificados como em situação de risco ou conflito estão localizados em solo gaúcho, o que representa 17,7% do total nacional.
Confira a galeria de fotos dos atos no Interior: