Em um momento em que começa a se discutir a implementação e o uso do 4G no Brasil, as operadoras - Vivo, Oi, Tim e Claro - receberam um ultimato da Anatel: precisam estar com a tecnologia funcionando nas cidades-sede da Copa das Confederações até o fim de abril. Mesmo com necessidade de investimento na tecnologia 3G, as companhias telefônicas correm contra o tempo e contra a legislação para instalar a estrutura necessária. Porto Alegre, fora da lista inicial, deve ter a tecnologia instalada e operando até o final do ano. Nesse contexto, Paulo Cesar Teixeira, presidente da Vivo, conversou com ZH sobre investimentos, tecnologia, vendas e as principais novidades da companhia. Confira:
Quando a tecnologia 4G será implementada em Porto Alegre?
A prioridade é para as cidades-sede da Copa das Confederações. O prazo dado pela Anatel para implementação em Porto Alegre é dezembro, mas queremos que seja antes disso. Estamos nos preparando para que, quando o serviço seja oferecido, funcione bem.
O que falta para que Porto Alegre esteja apta a receber a tecnologia?
Precisamos de leis mais flexíveis para fazer o 4G funcionar. Nós estamos apresentando soluções mais inteligentes para a instalação de antenas, mas é difícil se a legislação não colaborar. Em Brasília, por exemplo, onde as leis foram mudadas, vamos conseguir disponibilizar o serviço em breve.
Com tantos investimentos em 4G, não diminuem os esforços na operação 3G?
Não, continuamos e continuaremos investindo muito em 3G. Nós temos um crescimento grande de transferência de dados em 3G e precisamos acompanhar isso.
O Brasil está pronto para implementar uma nova tecnologia, sendo que a anterior ainda não opera com perfeição?
Em um primeiro momento, vamos conseguir oferecer uma boa estrutura para os usuários, mas quando aumentar a procura vamos precisar instalar mais antenas, sem dúvida. Estamos bem e com vontade de investir em infraestrutura, mas precisamos muito que as leis colaborem.
Por que os serviços de internet móvel enfrentam tanta dificuldade no Brasil?
Com o aumento da quantidade de aparelhos pré-pagos com acesso à internet, as operadoras não conseguiram dar conta. E falta antena no Brasil. Aqui, por exemplo, temos o mesmo número de antes da Espanha e da Itália, que são países muito menores. Na prática falta antena, é preciso aumentar a infraestrutura.
Houve alguma diferença nas vendas de smartphones com a isenção de impostos federais?
Sim, foi muito rápido. Os preços caíram e as vendas aumentaram, muito. E isso é uma tendência, o número de smartphones no Brasil ainda vai crescer muito.
A Vivo está completamente integrada com a Telefónica? Como a empresa percebe o mercado brasileiro?
Sim, é uma empresa só, estamos completamente integrados. O Brasil é um mercado fantástico para a Telefónica, representa 25% do mercado mundial e só perde para a Espanha.
A Vivo começou um trabalho em parceria com a Firefox no ano passado. O projeto avançou?
Sim, inclusive a Firefox já conseguiu fabricantes. Além da Alcatel e da ZTE, a LG também já topou produzir o aparelho com sistema operacional Firefox.