Se o governo federal federal mantiver a decisão de acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido no final do mês, o mercado de automóveis volta a cair, alertam distribuidores e analistas.
Em pouco mais de dois meses de duração do benefício, anunciado no dia 21 de maio, o estímulo ajudou a indústria a baixar os estoques e levou as concessionárias a registrar recordes de emplacamentos em julho.
- Sem o IPI reduzido, o mercado automotivo voltará a afundar - alertou ontem o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti.
Graças ao empurrão tributário, o setor também conseguiu reverter, no mês passado, a queda nas vendas acumuladas no ano. Com os resultados de julho, a comercialização de automóveis de passageiros e comerciais leves, beneficiados pela redução do imposto, foi 3% superior aos sete primeiros meses de 2011 no país. Para as indústrias, que não registraram aumento da produção, o alívio veio na forma de redução do número de veículos nos pátios. Em maio, o estoque chegava a 43 dias e, agora, está em 29 dias
Para o analista de mercado automobilístico Fernando Trujillo, da consultoria norte-americana IHS, os reflexos do IPI reduzido nas fábricas aparecerão nos resultados de julho, que serão divulgados na próxima semana.
- O número de automóveis produzidos deve ultrapassar 300 mil unidades. Se isso se confirmar, será o melhor número mensal da história da indústria no país - afirma.