No caminho para o sucesso, existem as falhas. Nem as grandes empresas estão livres de tropeços. É a aposta na tendência que não vinga, o servidor que falha, o produto que encalha.
Como anda sua residência virtual no Second Life? Se você nem sabe o que é isso ou precisou parar uns minutos para lembrar do mundo paralelo que era a grande aposta lá por 2006, entende a síntese da experiência do empreendedor Leandro Pompermaier. Motivado pela previsão que o programa iria estourar, ele e os sócios da e-Core, onde atua como diretor de desenvolvimento, criaram outra empresa chamada Vialak, só para fazer negócios dentro do universo virtual.
- Achamos que era uma grande oportunidade, investimos muito e tivemos de assumir o prejuízo. Fomos levados pela emoção, abrimos um negócio sem o planejamento adequado, fora da nossa área - explica Pompermaier.
Do prejuízo, ficou a lição. Os profissionais da empresa não deixaram o espírito inovador morrer só porque a experiência com o Second Life não deu certo. Mas cada um aposta em novos produtos no seu próprio tempo, separado dos negócios da e-Core, que mantém o foco no desenvolvimento de softwares.
Outro que precisou arcar com um prejuízo foi Jonny Ken, criador do encurtador de links migre.me. Em 2010, o site mudou de serviço de hospedagem e a base de dados se perdeu. Links encurtados deixaram de funcionar. A solução foi voltar para o servidor antigo, mas os dados de três dias foram perdidos. Agora o migre.me tem três serviços de backup.
- O pessoal da empresa, e nisso eu me incluo, é muito jovem, e um dos caminhos é aprender com os próprios erros. Quando a gente vai a palestras, todo mundo fala do sucesso. Ninguém fala do fracasso. Se a gente não fala dos erros, parece que não existem e não nos preparamos para quando ocorrem - avalia Ken.
Para mostrar que falhas são mais comuns do que parece, será realizado pela primeira vez em Porto Alegre o FailCon, evento internacional que expõe essas histórias. Ken e Pompermaier estarão entre os palestrantes.
- Queremos passar a mensagem "errei e apesar disso estou aqui". Não queremos ostentar a falha, mas mostrar que, um dia, todo mundo vai errar - diz Rafael Chanin, um dos organizadores do evento.
Não deu certo
Erros recentes na trajetória das grandes empresas
Mouse do iMac (1998 - 2000)
O que o mouse do iMac tinha de estilo, não tinha em conforto e praticidade. O acessório redondo não se encaixava na palma da mão e era difícil de controlar em trabalhos que exigiam precisão.
Google Wave (2009 - 2010)
Uma plataforma que reunia todas as formas de comunicação e se propunha a acabar com e-mails, chat, Twitter e afins. Essa era a proposta do Google Wave. Confuso e complicado, o projeto foi descontinuado em agosto de 2010 e os servidores do Wave foram desligados em 30 de abril de 2012.
Microsoft Kin (2010)
O smartphone fabricado pela Microsoft teve uma vida curta de apenas 48 dias nas prateleiras norte-americanas. O apelo jovem não pegou, o lançamento na Europa foi cancelado e a Microsoft passou a equipe para o desenvolvimento do Windows Phone 7.
HP Touchpad (2011)
O tablet da HP ficou apenas um mês em circulação. Apostando em um sistema operacional próprio, o WebOS, o tablet amargou críticas ruins e poucas vendas.
PSN hackeada (2011)
A rede do PlayStation 3 foi invadida e os dados pessoais e bancários de 77 milhões de usuários ficaram acessíveis aos hackers. Para reparar o estrago, a Playstation Network ficou quase um mês fora do ar. Como compensação, a Sony teve de oferecer jogos e acesso grátis aos serviços vip.
Serviço:
O que: FailCon
Quando: dia 19 de maio
Onde: Espaço Nós Coworking. Prédio 2 do Shopping Total, Porto Alegre
Inscrições: R$ 110 antecipado e R$ 120 no local (se houver vagas)
Informações: brazil.thefailcon.com